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O futuro fora do Brasil

Boa parte dos jovens projetam o futuro fora do Brasil. Esse é o resultado de uma pesquisa realizada pela PUC-RS. O levantamento mostrou que 37% de brasileiros entre 18 e 34 anos pretendem buscar o futuro lá fora. Na Região Sul do País, a porcentagem sobe para 40%.

Para mim, pai de um casal de filhos de 21 e 22 anos, a conclusão do estudo não surpreende. O filho mais jovem – estudante de Jornalismo – participou de um rápido intercâmbio no Canadá, o destino mais citado pela gurizada. Essa vivência potencializou as aspirações por novos ares.

O principal argumento do guri é a organização daquele país. 

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– Pai, tu com esta mania de organização e disciplina, te sentiria realizado no Canadá. Lá as pessoas respeitam as leis, não precisam ser lembradas a toda hora de suas obrigações e zelam pelo patrimônio público – justificou.

Minha filha também sonha com experiências no Exterior. Aos 22 anos, estudante de Direito, admite numa primeira etapa mudar-se preferencialmente ao Rio de Janeiro, embora flerte com o Exterior mais adiante.

– Aqui no Estado, a “grenalização” é muito forte. Qualquer diálogo vira discussão e logo se transforma em briga. Todo mundo puxa todos para baixo, numa onda de pessimismo e depressão que choca – reclama.

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Compreendo a postura da nova geração. A política, atividade considerada nefasta que emerge suas mazelas diariamente na mídia, afugenta a maioria. Os reflexos atingem em cheio a economia, provocando encolhimento das atividades, supressão de empregos, redução da renda de quem consegue se manter empregado, além de afugentar novos investimentos.

O estudo da PUC-RS revela, ainda, que 56,18% se veem trabalhando na iniciativa privada e o restante, em empregos públicos. Dos entrevistados, 48,18% querem ser empreendedores, o que constitui um dado alentador.

O coordenador da pesquisa, professor Ilton Teitelbaum, adverte que há um certo nível de desistência no País de quem nunca havia vivenciado uma crise.

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– Antes, o pleno emprego acabava dando uma sensação de onipotência para esse jovem, que achava que podia tudo, como trocar de emprego mais vezes. Agora, eles veem que não é tão fácil – explica.

Além de perder talentos promissores, o Brasil corre o risco de ser administrado, num futuro próximo, por pessoas sem competência para encarar novos desafios. Sem alternativa, optarão em permanecer no País, como única alternativa.

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