Em 2013, Thomas Salvador começou a fazer o que seria seu primeiro longa. A ideia era prosseguir com as acrobacias e a dança, que o levaram a ser ator e diretor de curtas. Briques seria um filme barato, totalmente improvisado. Mas Salvador trocou de projeto e começou a trabalhar em Tudo Sobre Vincent. O filme conta a história de um super-herói francês. Mas não é um herói como os outros.
“Não é mesmo”, concorda Salvador, numa entrevista por telefone. “A imagem que me veio foi a de um cara tomando banho num rio. Ele busca o contato com a natureza e descobre que a água lhe confere superpoderes. Mas é tímido, não sabe o que fazer com eles. Não tem uma missão como os super-heróis de Hollywood. O que o salva é a mulher, que o harmoniza consigo mesmo.” A explicação do diretor não é só sucinta – é justa.
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Tudo Sobre Vincent foi feito com pouquíssimo dinheiro. “Uma produção barata na França custa em torno de 3/4 milhões de euros Fiz Vincent com 1,5 milhão. A ênfase não está nos efeitos. A crítica e o público entenderam, e adoraram.” Fiel a si mesmo, Salvador fez seu filme com poucos diálogos. “O filme tem duas cenas que compõem uma só, a briga e o acidente. Dizem mais sobre Vincent do que todos os diálogos que eu pudesse escrever. Vivemos numa era em que as pessoas falam muito, mas não dizem nada.”
O cinema francês costuma ser verborrágico, cerebral. Não é o que interessa a Salvador. Jacques Tati, o criador de M. Hulot, sempre prescindiu de palavras. O mestre de Salvador é um autor de comédias que cultivava as ‘cascades’, efeitos em cadeia. “Toda a série de Philippe De Broca com Jean-Paul Belmondo me encanta, mas O Homem do Rio é o meu preferido.” O do repórter, também. E em matéria de super-heróis? “Gosto de Antman”, ele responde. Faz sentido. Tudo é pequeno, como no filme dele. Mas o pequeno, aqui, pode ser grande.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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