Passei a semana em estudos sobre o futuro na Finlândia. O país é líder na educação no mundo, pelo menos na educação que conhecemos até agora. Participei de workshops, palestras, debates e de uma conferência de Foresight com pessoas de 30 países, na presença da Unesco e do brilhante time da melhor escola de Estudos do Futuro do mundo: University of Turku, onde estive para buscar métodos avançados de Foresight, nome correto para o que conhecemos como Futurismo. Gente bem preparada que pesquisa os futuros com lentes voltadas para a sustentabilidade e ética, não apenas para o show tecnológico que vivemos.
Entre os inúmeros aprendizados ligados à transformação do mundo e dos negócios, decidi começar meus artigos pelo assunto educação, tema tão polêmico em todas as rodas atuais do Brasil.
A educação só será melhor quando a qualidade humana subir alguns degraus e tivermos gente mais bem formada em termos humanos. A tecnologia só será útil se encontrar pessoas bem construídas para atuar em parceria. Riel Miller, da Unesco, começou um debate dizendo que muitas pessoas passam pela vida sem ter noção de quem são, do que querem e de como podem contribuir para o futuro. Esse tipo de pessoa não constrói nada, só usa o que está à disposição ou reclama enquanto espera que alguém mude o mundo para ela.
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Vivemos a ilusão de achar que países desenvolvidos possuem fórmulas que podemos copiar, e que são sempre muito melhores porque têm dinheiro, oportunidade e privilégios. São melhores porque exploram o que tem de recursos sem esperar que alguém o faça. A Finlândia passou por guerras e inúmeras dificuldades sociais, mas construiu um país que é exemplo. Existe de fato o senso coletivo, a atitude ética e o desejo de uma vida sustentável e coletivamente pensada. Em todas as discussões que vivi por aqui, nenhuma usou os termos da moda descontextualizados de uma visão ampla de tudo que envolve a natureza humana e seu ecossistema.
Governo, educadores, empresas e representantes da sociedade precisam desenhar de forma colaborativa o sistema educacional para as gerações futuras e aceitar testar para descobrir fórmulas mais saudáveis. Estamos deseducando os jovens quando falamos mal do nosso país, e falar mal do status quo não muda nada. As novas gerações precisam crescer confiando na sociedade e no sistema do país em que vivem, ou pelo menos acreditar que a mudança é possível. Ir embora é fácil, reconstruir é para corajosos que querem deixar sua marca no mundo.
Sigo de volta para o Brasil com a missão de juntar os diferentes atores e através de metodologias de Foresigh ajudar os grupos a entenderem como podemos, juntos, repensar a educação no Brasil. Esse não é o trabalho de um grupo e sim de todos nós. Apresente-se para este desafio!
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