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O direito de homens e mulheres de flanar pelo mundo em paz

É provável que nenhuma pessoa ignore o significado do verbo flanar. Como não simpatizar com o gesto ou o desprendimento de, literalmente, zanzar por aí. Ocorre que o termo flanar advém do francês flâneur, que por sua vez denomina exatamente o cidadão que tem por hábito sair pelo lugar em que vive, caminhando ao sabor do acaso, disposto a desfrutar desse ambiente.

Na verdade, o ensaísta alemão Walter Benjamin identificou essa característica, do flanar, na obra do poeta francês Baudelaire, que por sua vez, certamente, cristalizou em sua poesia esse caráter errante. E em 2001, outro escritor, o norte-americano Edmund White, dedicou um livro ao tema, O flâneur, consagrando o hábito de sair a caminhar por sua cidade.

É na esteira desse histórico que agora a escritora norte-americana Lauren Elkin se junta ao time trazendo o ponto de vista das mulheres sobre o costume de flanar. Em Flâneuse, lançado pela editora Fósforo, em tradução de Denise Bottmann (360 páginas, a R$ 74,90), ela contextualiza as peculiaridades que envolvem a decisão de uma mulher sair por aí a flanar por cidades, pelo grande mundo.

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Como ela aponta e alerta, é bem diferente para um homem ou para uma mulher flanar, porque para esta, infelizmente, certos ambientes, certas cidades e certas culturas não são muito receptivas a ela ter o direito, a liberdade, a segurança de caminhar sozinha. Por isso o livro é também uma espécie de advertência: o mundo precisa mudar, e logo, para que flâneurs e flâneuses possam… flanar em paz.

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caroline.garske

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caroline.garske

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