Todo problema com a saúde precisa ser analisado para receber um diagnóstico correto para, assim, iniciar um tratamento. Da mesma forma, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) deve ser avaliado também de maneira séria e criteriosa. Por isso, é necessário que os pais compreendam bem as características do TEA para ajudar seus filhos. Pois, segundo o neuropediatra Dr. Clay Brites, da Neuro Saber, o grande obstáculo na vida de crianças e adolescentes autistas é justamente a falta de conhecimento da própria família.
Para o especialista, a desinformação faz com que esses pacientes sejam mal interpretados, causando sofrimento deles e também dos responsáveis. Pais e mães devem entender que as particularidades do transtorno são passíveis de condução no cotidiano por meio de estratégias de linguagem e de autodefesa. “É preciso melhorar as condições deles para proporcionar o máximo de autonomia na vida social e escolar e, mais tarde, na faculdade e no trabalho”.
Por esse motivo, o profissional diz que a prevenção está na constante busca de informações corretas e atualizadas. Ele explica que quando parentes e professores estão cientes de tudo o que envolve o TEA, fica mais fácil para resolver possíveis problemas como, por exemplo, no relacionamento em sala de aula e também nas formas de intervenção em casa.
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Segundo o neuropediatra, poucas pessoas sabem que há diferentes classificações identificadas pela intensidade do autismo, como, por exemplo, leve, moderada e severa. Elas são definidas pelo grau de comprometimento do desenvolvimento neuropsicomotor, das questões adaptativas, nível de dependência e necessidade de intervenções para obter mínima funcionalidade. “Também é preciso levar em conta as comorbidades, ou seja, transtornos adicionais que podem ser apresentados pelo paciente. A proposta da avaliação é sempre para identificar suas dificuldades e buscar meios para ajuda-los”.
Entre as categorias, há a chamada de Síndrome de Asperger. Trata-se de uma condição mais leve dentro do espectro. Nela, o comprometimento poupa, de certa forma, a inteligência e a linguagem. “Eles têm uma maior funcionalidade e mais autonomia para se adaptar aos desafios sociais e acadêmicos quando comparados com outros tipos”.
– Mesmo assim, eles apresentam restrições visíveis: na forma de falar, de expressar emoções, de entender linguagem subliminar e processos de comunicação que dependem de mecanismos não-verbais, como gestos, expressões faciais e mudanças de tom da voz, com tendência a intelectualização e racionalização de tudo, além de exagerado interesse por determinados assuntos – relata.
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Esse tema será apresentado pelo Dr. Clay Brites durante o ConAutismo, Congresso Nacional e On-line Sobre Autismo, que acontece dos dias 14 a 20 de março. O evento gratuito conta com a participação de médicos, fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos, terapeuta ocupacional, pais e familiares, organizações e associações. Durante sua palestra, ele trará ao público detalhes sobre os sinais, os sintomas e o manejo do tratamento do Transtorno de Asperger.
O Neuropediatra esclarece que os pacientes com essa síndrome podem ser independentes e levar uma vida normal, mas precisam ser treinados na infância e na adolescência a adquirirem maior “esperteza nas relações sociais. Dessa forma, eles podem aprender melhor regras, rotinas e meios de comunicação mais compreensíveis para saber compartilhar informações e assumir mais competências para conviver melhor com seus pares. “Por esse motivo, é extremamente necessário que a família estude profundamente todas as características envolvidas no tipo de TEA do filho, além de buscar um diagnóstico correto”.
– Assim, os profissionais de saúde e educação, que tenham se especializado no manejo desta condição, podem buscar as melhores formas de ajudar o autista a superar as dificuldades causadas pelo TEA e encontrar meios para a socialização da criança e do adolescente. Esse apoio é fundamental para que eles tenham uma vida normal, apesar dos obstáculos provocados pelo transtorno – conclui.
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