No comando do 23º Batalhão de Polícia Militar (23º BPM) de Santa Cruz do Sul desde outubro de 2022, o tenente-coronel Rodrigo Schoenfeldt, 47 anos, já foi comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e coleciona histórias. Algumas delas foram contadas no terceiro episódio do podcast Papo de Polícia, produzido pela Gazeta Grupo de Comunicações.
Provavelmente um dos momentos mais tensos de sua carreira remete a um caso de assalto, em que o PM precisou trocar tiros com criminosos armados. A situação aconteceu em novembro de 2008, em um estabelecimento comercial do Bairro Jardim Botânico, em Porto Alegre. Na época, ele atuava no Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) – transformado em Bope no ano de 2019.
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“Estava de folga, e aguardava um cachorro-quente que pedi ficar pronto, para depois ir até o quartel pegar a viatura do Gate e deslocar a Passo Fundo, atender uma ocorrência de artefato suspeito de ser explosivo. Estava assistindo ao jogo do Internacional, meu time, enquanto esperava, e saí para fora do estabelecimento para fazer uma ligação para casa. Nesse momento, fui rendido.”
No podcast, Schoenfeldt explicou que o celular distrai não apenas ao dirigir, mas também falando em um momento parado como aquele, pois ele nem viu a chegada dos bandidos. “Um deles colocou o cano de um revólver 38 na minha testa, e eu não me mexi mais. Naquele momento a gente conta com a sorte, com orações feitas anteriormente e com pensamentos de coisas boas que fizemos”, disse o comandante.
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Por distração, os dois criminosos que revistaram Schoenfeldt não encontraram sua arma, nem a carteira funcional da Brigada Militar (BM). “Me mandaram para dentro do estabelecimento e renderam os presentes, que eram cerca de 25 clientes naquela hora, umas 21h15. Como os bandidos estavam longe um do outro, não tinha como abordar. Ao mesmo tempo, eu tinha receio de que me revistassem novamente e encontrassem minha arma e identificação da Brigada.”
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“Temos que atirar primeiro”
No momento em que os assaltantes se aproximaram um do outro dentro da lancheria, o atual comandante do 23º BPM deu a voz de abordagem: “Polícia! Larguem as armas”. “Não foi possível abordar, eles levantaram as armas e aí iniciei os disparos”, disse Schoenfeldt. Na troca de tiros, um cliente ficou ferido no braço. Os dois bandidos acabaram neutralizados pelo policial militar, e um deles morreu.
No podcast, além de detalhar toda a ocorrência, o comandante, com 30 anos de atuação na BM, explicou como o policial deve se portar em um confronto armado. “Nós temos que atirar primeiro. Dependendo da posição em que o policial militar está, ele não tem nem onde se abrigar. O escudo do policial militar é a boca do cano da arma de fogo que ele está portando.”
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Confira o episódio completo do Papo de Polícia com o tenente-coronel Rodrigo Schoenfeldt, em que ele conta, entre outras histórias, sobre o sequestro mais longo já ocorrido no Rio Grande do Sul, de 69 horas, no qual atuou. Também dá detalhes de como funciona o curso do Bope, que forma os chamados “caveiras”. O próximo episódio do podcast ocorrerá no próximo dia 16, às 20 horas, ao vivo, e terá como convidado o armeiro e instrutor de tiro Rafael da Rocha Corrêa.
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