Reclamar é o esporte mais conhecido, popular e antigo do Brasil. A esse hábito segue-se o costume de promover a terceirização de toda e qualquer culpa para tudo de ruim que acontece no país. Isso tudo faz com que a omissão seja um traço comum desse caldo cultural verde-amarelo. Querem um exemplo do mundo real? Se um determinado produto de uso diário está caro, mete-se o pau nas redes sociais ou na fila do supermercado. Mas ninguém pensa em simplesmente deixar de comprar ou trocar de marca.
Esse comportamento se intensifica a cada dois anos, período que separa as eleições municipais das estaduais e federais, agitando os mais de 5 mil municípios brasileiros. No próximo domingo teremos a mais preciosa oportunidade de influenciar para implementar melhorias em nosso cotidiano. Prefeitos e vereadores têm o poder de transformar a realidade local, são acessíveis a qualquer cidadão, muito diferente de governadores e do presidente da república.
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Infelizmente, sob o pretexto de que “político é tudo igual, ladrão e corrupto”, uma parcela significativa do eleitorado se omite ou apenas vota por obrigação no primeiro nome que vem à cabeça. Ou aquele que está no folheto recebido a poucos metros da sessão eleitoral. É o tolerado crime de boca de urna.
É fácil culpar aqueles que procedem dessa maneira, mas é algo muito comum. Querem um exemplo? Na última eleição municipal, oito amigos – todos com diploma de curso superior – me ligaram a caminho das urnas.
– Tu, que gosta de política e já trabalhou nisso… Indica um nome de candidato a vereador para me indicar!
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Esse era o pedido. Confesso meu desapontamento por achar que eram pessoas minimamente informadas para o que, na minha opinião, é um ato que transcende a obrigatoriedade: o voto.
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Muitos defendem que o voto seja facultativo. Mas aí eu pergunto: a cada pleito, cresce o percentual dos que se ausentam das urnas. Se o voto não fosse obrigatório, quantos votariam? E quantos exigiram favores, cesta básica ou emprego para os filhos para ir à sessão eleitoral?
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Dia 6 é um dia decisivo. À exceção dos grandes centros urbanos, os eleitores conhecem a vida pregressa dos candidatos. Sabem da trajetória dos pretendentes, se foram empreendedores, se tiveram sucesso profissional, se têm ética, correção e decência na prática e não só nos folhetos, vídeos e banners. Em cidades grandes, com a onipresença da internet, também é possível vasculhar a biografia dos candidatos para saber quem são de verdade.
Longe de ser uma obrigação chata que por vezes exige paciência para encarar uma fila, votar é um gesto de amor e cidadania. É prova de compromisso com nosso município, amigos e familiares.
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