Com a proximidade do Dia das Crianças – dia 12 de outubro, também feriado nacional, em homenagem à padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida -, muitas crianças – e até jovens que, mesmo sendo auto suficientes em muitas coisas, nessas oportunidades gostam de lembrar que ainda são crianças – estão ansiosas, aguardando um presente. Melhor, o presente. Enquanto  isso, pais, responsáveis e outros membros da família – avós, tios, padrinhos, etc – percorrem lojas ou navegam em sites  especializados, à procura ou em busca daquele presente especial, esperado ou até encomendado por alguma criança ou jovem de sua relação.

Uma das primeiras questões que os adultos precisam enfrentar, nessas datas especiais, é com relação às chantagens emocionais. Muitas vezes, o pedido para ganhar de presente determinado item vem seguido de frases ou promessas do tipo “eu prometo que faço ou não faço mais isso ou aquilo”; “nunca mais vou pedir outra coisa”; “todo mundo tem”; e por aí vai. Não é fácil resistir, ainda mais quando os pais ou responsáveis  sentem alguma culpa por não estarem dando, por qualquer motivo,  a devida atenção às crianças e jovens sob sua responsabilidade.

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Outra questão diz respeito à diferenciação entre querer e precisar. Assim como os adultos, as crianças também são dotadas de desejos que, às vezes, não tem nada a ver com o objeto em si e, sim, com o que representa. Muitos produtos são, primeiramente, sinais e só em segundo plano assumem o aspecto de objetos materiais. Pode ser que a criança ou o jovem queiram superar algum problema de autoestima e de insegurança, em seu meio de convivência, exibindo algum brinquedo ou objeto de vanguarda.

Nos dias de hoje, já é bastante comum conversar com os filhos sobre os mais diversos assuntos. Entretanto, ainda é muito difícil os pais ou responsáveis falarem sobre dinheiro com os filhos. Um dos motivos, talvez, seja que os próprios adultos tem dificuldade de lidar com o orçamento, escondendo e enfrentando, muitas vezes, problemas financeiros. Por isso, sentem-se pouco á vontade de conversar a respeito com os filhos. É que dinheiro representa poder e, portanto, falar sobre dinheiro e, pior, abrir as contas da família – quanto entra de receita, quanto e onde é gasto, etc. – pode significar abrir mão ou até perder o comando. 

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Além dos presentes, o Dia das Crianças, como em qualquer data,  pode ser aproveitado para iniciar as crianças no mundo do dinheiro que elas , desde muito pequenas – por volta dos dois anos – já aprenderam a conhecer, sabem para que serve e, principalmente, quem o tem, 1) mostrando, por exemplo, o cuidado que se deve ter ao comprar o presente ou outro item qualquer; 2) questionando e explicando o valor dos impostos incluídos em cada produto comprado; 3) esclarecendo que cada escolha implica em renúncia: não dá para querer tudo, ao mesmo tempo; 4) alertando  que modelos e marcas famosas custam mais caro; 5) pesquisando preços e pedindo descontos; 6) atentando para a qualidade do produto e a ética -evitar o comércio ilegal -; 7) ensinando a poupar e investir; 8) estimulando a criança a doar algum brinquedo – não aquele  quebrado, mas, simplesmente, aquele que não usa mais.

O mais importante, muitas vezes esquecido, é que os pais ou responsáveis se lembrem que as crianças de hoje serão os adultos de amanhã. Infelizmente, a banalização da corrupção, a narrativa da vitimização que transforma bandidos em coitados, além da doutrinação ideológica nas escolas e universidades, promovida por  professores, intelectuais  e artistas “engajados”,  embora negada, mas frequentemente comprovada, requerem que pais e responsáveis sejam verdadeiros heróis que, mesmo nesse cenário, tentam e conseguem educar direito seus filhos, passando-lhes valores decentes e princípios morais.

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(Des)governos, como os que tivemos nos últimos anos, que estimularam seus cidadãos a consumirem mais, a se endividarem mais para ter mais e que se tornaram dependentes de empréstimos, usando essa bandeira como símbolo de prosperidade, só por isso já deveriam ter sido “impichados”,   há tempo. Falta da educação financeira levou as pessoas a serem ludibriadas pelo canto de cisne de  governos irresponsáveis, assumindo um comportamento financeiro desconectado com a realidade financeira, cuja verdade em números atuais, já vinha sendo alertada, lá atrás, por especialistas e economistas independentes. Este Dia das Crianças pode ser, então,  um marco de mudanças, no Brasil, não só na política – o resultado das recentes eleições municipais mostrou  que o brasileiro  não aceita mais algumas coisas -, mas, também, no comportamento financeiro, tanto dos adultos quanto das crianças e jovens. Criar uma cultura financeira realmente próspera significa estimular a organização e o planejamento financeiro, fomentando a poupança, para que o cidadão alcance seus sonhos de forma consciente e tranquila. Junto com o presentes, é a hora e a vez, também, da educação financeira de crianças e jovens!

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