Em 31 de outubro, comemora-se o Dia Mundial da Poupança. A data especial foi estabelecida em 1924, durante um congresso internacional de economia, na Itália. No Brasil, o Dia da Poupança foi instituído em 1933 para conscientizar a população sobre a necessidade de guardar dinheiro e sobre a importância de planejar com cuidado suas finanças, o que ainda está longe de ser um hábito comum à maioria dos brasileiros.
O Dia da Poupança não se confunde com a tradicional caderneta de poupança, embora o valor poupado possa ser aplicado naquele investimento, ainda muito utilizado por milhões de brasileiros, mesmo sendo seu rendimento um dos piores do mercado. A data especial lembra a necessidade de pouparmos algum dinheiro, todos os meses ou ao receber qualquer valor.
Todos conhecem o significado da palavra poupar que pode ser usada em diferentes situações. Mas, quando se refere a dinheiro, pode despertar diversos e até contraditórios sentimentos. Para muitas pessoas, é difícil ou até impossível poupar; para outras, é coisa de pessoa mesquinha, “pão dura”. Mas, para um número crescente de pessoas poupar já faz parte da vida e pode ser tão ou mais prazeroso e gratificante do que, simplesmente, gastar o dinheiro na compra de algum item da moda. Talvez seja por isso que os americanos usem a palavra salvar para designar poupar dinheiro. Na verdade, a pessoa salva seu dinheiro de si mesma, para não gastá-lo em coisas supérfluas. Assim, um dos conceitos que melhor define o ato de poupar “é sacrificar o consumo no presente para fazer um melhor proveito no futuro”.
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Economistas, consultores, autores de livros e artigos específicos, palpiteiros, etc., inclusive em programas de televisão, orientam e insistem que devemos guarda um “x” por mês, geralmente estipulado num percentual que pode variar de 10% a 30% dos ganhos, com vistas a enfrentar alguma despesa imprevista. Raramente é definida um objetivo específico, como a faculdade dos filhos, aposentadoria, compra de um carro, etc.
“Basta querer” pregam os mais fundamentalistas. Será? Se é tão elementar, por que a grande maioria das pessoas, independente do quanto ganham, não conseguem fazer isso? Um pensamento muito comum é propor-se guardar o dinheiro que sobrar no final do mês. É uma estratégia errada porque, simplesmente, nunca sobra dinheiro no fim do mês. Aliás, se sobrasse, não deveria ser usado para poupar.
Há pessoas que dizem que não conseguem poupar de forma alguma; às vezes, apenas conseguem pagar as contas em dia, quando não as atrasam. Mas, será que querem poupar mesmo? Há certos fatores psicológicos envolvidos: 1) ausência de força de vontade; 2) a procrastinação: sempre adiar para o mês seguinte; 3) a inércia: simplesmente, não fazer nada. A maioria das pessoas que não poupam não percebem as consequências do consumo desregrado. Não pensam no longo prazo, no futuro. Só no presente.
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Como muitos outros comportamentos, poupar também é um hábito. Mas, como podemos desenvolver hábitos que nos ajudem a poupar, evitando compras por impulso, e a cuidar melhor do dinheiro? Algumas dicas: 1ª) mudar um hábito por vez: não adianta querer economizar, emagrecer, fazer exercícios, tudo ao mesmo tempo; 2ª) começar a medir: ter um caderninho ou um aplicativo do celular onde anotar cada vez que agir diferente do que se propôs; 3ª) isolar o gatilho: identificar o que desencadeia a ação da compra por impulso: 4ª) não se “chicotear” quando cometer algum deslize; 5ª) substituir o mau hábito em vez de querer eliminá-lo: substituir um produto mais caro por outro mais barato que atenda à necessidade ou ao desejo.
Poupar por poupar pode até ser uma decisão financeiramente correta, mas é fundamental estabelecer sonhos e objetivos que se quer realizar com aquele dinheiro: quitar as dívidas; comprar uma moto, um carro, uma casa; fazer uma viagem; tirar um tempo sabático; casar, separar… Enfim, são tantas opções, não importa o que, desde que claramente definidas. É que guardar dinheiro sem uma finalidade específica, na maior parte das vezes, é dinheiro que não tem dono e, portanto, se surgir qualquer oportunidade – comprar alguma coisa ou, até, emprestar o dinheiro para algum familiar ou amigo – o dinheiro vai ser gasto. Sem objetivos ou sonhos, em algum momento podemos cansar e toda aquela disciplina pode ser deixada de lado e, como num passe de mágica, alguém que passou a vida inteira sendo uma pessoa econômica pode começar a gastar tudo que tinha acumulado e, às vezes, mais um pouco.
Poupado o dinheiro, é o momento de decidir o que fazer com ele. Obviamente, não é guardá-lo debaixo do colchão. As perguntas básicas, então, sempre são essas: qual é o melhor investimento, que rende mais e, claro, mais seguro? Existem inúmeras opções de investimentos, tanto no mercado financeiro, como fora dele. Vai depender de vários fatores, principalmente do perfil do investidor – se é conservador (não gosta de arriscar), moderado (arrisca um pouco) ou agressivo (gosta de adrenalina, arriscando muito) e, principalmente, dos objetivos/sonhos: de acordo com cada um deles – de curto prazo (até 1 ano); de médio prazo (até 10 anos); e de longo prazo (mais de 10 anos) – monta-se a estratégia para alcançá-los. O fato de muitos brasileiros ainda preferirem a tradicional poupança é sinal de que falta conhecimento ou sobra receio do mercado financeiro. Especialistas da área podem oferecer informações e orientações seguras a respeito.
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Quem ainda não tem sua poupança, deve começar “pra ontem”. É arriscado ficar esperando até o dia em que vai sobrar, receber aqueles atrasados, um aumento de salário ou uma herança… o que pode até acontecer, mas, quase sempre, demora muito ou nem ocorre, enquanto o tempo passa. Por isso, conforme ensina a metodologia da DSOP – Educação Financeira, o valor para a realização de algum sonho ou objetivo já deve ser apartado, tão logo o dinheiro entra na conta do banco ou em espécie no bolso. O orçamento tradicional de Receitas (-) Despesas (=) Falta ou sobra não funciona para poupar. É recomendável usar a fórmula de orçamento da DSOP: Receitas (-) Sonhos/objetivos (-) Despesas. Nesta proposta, a pessoa ou família, tão logo o salário ou renda entram na conta do banco ou, em espécie, no bolso, já apartam os valores destinados à realização de sonhos/objetivos, aplicando-os em algum investimento.
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