Muitas coisas são obscuras na história do Brasil. O que pode parecer um tanto óbvio a partir de uma primeira leitura ganha ares inusitados já desde os primórdios. Um livro que acaba de ser lançado pelo jornalista carioca Ricardo Lessa, de 68 anos, mostra que, a bem da verdade, o País está envolvido com desmandos praticamente desde os primeiros dias.
O primeiro golpe do Brasil: como D. Pedro I fechou a Constituinte, prolongou o escravismo e agravou a desigualdade entre nós, lançado pela editora Máquina de Livros, em 176 páginas (a R$ 59,00), evidencia, desde o subtítulo, os estragos que a medida em questão causou. Não foi uma ação de efeito pontual ou circunstancial: todos juntos estamos pagando o preço (ou o pato), até os dias atuais.
O golpe a que o livro (e o autor) se refere é o impetrado pelo jovem imperador brasileiro Dom Pedro I em 1823, meses depois de ter ocupado o trono. Ele fechou a Assembleia Constituinte, que propunha uma abordagem liberal para o Brasil, perseguiu aliados, baniu adversários, censurou a imprensa, manteve o escravismo (que se perpetuou por mais de seis décadas, quando as nações em todo o planeta já aboliam essa estrutura abjeta) e se valeu justamente do apoio dos escravistas para governar.
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O que Lessa mostra, ao recuperar os atos e os fatos daqueles primeiros meses do Brasil independente, deixa o leitor convencido de que a nação se formou viciada. E viciada seguiria, em uma disputa pelo poder sem qualquer escrúpulo.
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