A batalha entre o bem e o mal é tão antiga quanto a humanidade. Desde as mais primitivas civilizações temos o embate entre forças do bem (Deus) e do mal (Diabo). Até os dias de hoje, temos a tendência de ver o bem e o mal como influências vindas de fora do indivíduo. Agentes externos levariam o ser humano a fazer o bem ou agir de forma malévola.
Apesar de toda a representação externa destas forças, a verdadeira batalha entre o bem e o mal acontece dentro de nós. A cada momento. O mesmo homem que faz o bem é aquele que pode fazer o maior dos males. A capacidade de fazer o mal faz (e sempre fez) parte do homem. Então a questão que surge é: como fazer o bem prevalecer sobre o mal?
As religiões mais predominantes no mundo têm em comum essa busca, apesar de ainda muitas vezes não colocarem o homem como agente principal da ação, deixando a cargo desta ou daquela divindade. As boas ações são obras do divino. As desgraças e tragédias ficam a cargo do Demônio. Talvez de fato ainda não estamos prontos para nos responsabilizarmos pela boas e más ações sem ajuda de um conceito de punição divina. A ideia de estar sobre a vigilância contínua de uma entidade superior reduz a chance de fazermos o mal e aumenta a chance de fazermos o bem.
Isso ficou comprovado numa experiência com crianças em idade escolar. Elas eram convidadas a jogar uma bolinha em um alvo onde quem acertasse o menor buraco levaria um prêmio. Cada criança ficava sozinha na sala enquanto uma câmera gravava tudo. Elas foram divididas em dois grupos. Só um deles recebeu instruções de como jogar. O outro, além das instruções, ouviu uma história sobre um pequeno anjinho que observava tudo que eles estavam fazendo, mesmo quando elas estavam sozinhas. O grupo que só ouviu as instruções trapaceou muito! O grupo que ouviu a história do anjinho respeitou todas as regras.
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Fica claro que a ideia de vigilância e de uma possível punição ou decepção por parte de uma figura divina superior inibe comportamentos contrários às regras. Seria nossa descrença em um Deus corresponsável pelo aumento da maldade no mundo? É algo para se pensar, inclusive do ponto de vista científico.
Combater o mal requer fazer o certo. Não é tarefa para um messias, profeta ou entidade. É um trabalho para o homem. Eu e você. E precisamos ensinar as novas gerações como escolher entre o bem e o mal que mora dentro de nós. Ignorá-lo é tapar o sol com a peneira. Sem reconhecer o mal ou a capacidade de fazer o mal como algo humano, não poderemos escolher melhor nossas ações.
E para ensinar as futuras gerações precisamos dar exemplos, começando por nós. Se faz necessário amor e educação. Requer pensar o bem, falar o bem e fazer o bem. Todos os dias.
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