O autor do livro “O Avesso da Pele” (2020), Jeferson Tenório, obra que foi entregue na Escola Ernesto Alves integrando o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), e que acabou duramente criticada nessa sexta-feira, 1º, pela diretora do educandário, Janaina Venzon, se manifestou pela primeira vez sobre o ocorrido. O fato teve repercussão em alguns dos principais veículos de imprensa do Brasil.
Em sua conta oficial no Instagram, o autor e professor reclamou sobre o que chamou de censura e classificou falas proferidas como “distorções e fake news”. “As distorções e fake news são estratégias de uma extrema direita que promove a desinformação. O mais curioso é que as palavras de “baixo calão” e os atos sexuais do livro causam mais incômodo do que o racismo, a violência policial e a morte de pessoas negras”, disse.
Tenorio, que foi o primeiro escritor negro e o mais jovem a ser homenageado com o patronato da Feira do Livro de Porto Alegre, ainda afirmou que o livro em questão já foi adotado em centenas de escolas pelo Brasil “Não vamos aceitar qualquer tipo de censura ou movimentos autoritários que prejudiquem estudantes de ler e refletir sobre a sociedade em que vivemos”, disse.
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Veja abaixo a manifestação na íntegra
Diretora volta a se manifestar
Também na tarde desta sábado, a diretora da Escola Estadual Ernesto Alves, Janaina Venzon, voltou a falar sobre o ocorrido. Ao contrário do que chegou a ser dito em alguma publicações nas redes sociais, ele ter feito escolha de obras literárias e disse que a situação será averiguada. “Todos os cadastros dos livros didáticos e porventura de obras literárias são colocados no sistema pela coordenação pedagógica da minha escola. Os livros didáticos escolhidos pelos professores são analisados primeiramente. As editoras trazem os livros até a escola para análise dos professores. Após escolherem, a coordenação pedagógica, com meu CPF, faz a inserção do pedido no sistema. Já as obras literárias, não são disponibilizadas cópias físicas para os professores lerem antes de fazerem a escolha, essas obras estão no site do MEC com a foto da capa e um resumo. Os professores não conseguem fazer a leitura das obras literárias antes de poder escolher”, destaca.
Ainda segunda a diretora, ela resolveu tornar a situação pública ao tomar conhecimento do teor do livro. “Resolvi tornar público mostrando em vídeo, porque é na escola que devemos cultivar boas maneiras e valores e não incentivar a palavras vulgares”, frisou.
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Leia abaixo a manifestação na íntegra da diretora neste sábado
Para saber
A aprovação do livro O avesso da pele consta na portaria 140 de 14 de setembro de 2022, ainda no governo Jair Bolsonaro. A nota foi publicada no Diário Oficial da União dois dias depois e cita que as obras literárias receberam pareceres antes de constarem na lista. O documento é assinado por Gilson Passos de Oliveira, secretário de Educação Básica substituto. Oliveira também é conhecido por ter atuado como diretor de políticas públicas para escolas cívico-militares.
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