O bom desempenho da prestação do serviço público passa por uma série de fatores. Entre eles estão a estrutura física, como prédios; a disponibilização de equipamentos; e, claro, a quantidade e capacitação dos servidores. O número de funcionários tem sido assunto recorrente na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul, sobretudo a partir da apresentação do projeto que amplia, para 4% do eleitorado, a possibilidade de contratação de pessoal. Na ocasião, foi retirado pelo líder do governo, diante de repercussão ruim na Casa. Nessa semana, o vereador Professor Cleber buscou o tema, ressaltando a importância da ampliação para garantir melhores resultados, diante da necessidade da população.
O estopim do embate
Cada grande disputa entre discursos na Câmara de Vereadores tem um estopim. Na sessão de segunda-feira, 4, o embate foi entre o líder do governo, Henrique Hermany (PP), e o veterano legislador Carlão Smidt (PSDB), de partido que integra a base do governo, mas que tem feito discursos bem críticos. Dessa vez a questão foi a interrupção da obra de duplicação na BR-471, no trecho municipalizado. O tucano alertou que é uma falta de organização e planejamento, além de ausência de contato com os empresários, que têm empreendimentos na margem da rodovia. “A obra atrasa, mas os carnês de IPTU não devem atrasar”, apontou. Uma reunião com o secretário do Planejamento deve ocorrer no próximo dia 18.
A resposta
Depois da alfinetada de Carlão, Henrique foi à tribuna e disse que o governo é sensível à questão da BR. Explicou que há problemas de drenagem, aterro e sobreaterro que demandaram a parada da obra. Além disso, há um termo aditivo em debate entre a empresa e o Município, que, garantiu, deve estar resolvido em breve. Além da informação, Henrique cutucou o tucano ao lembrar que Carlão e Alberto Heck (PT) teriam votado contra a isenção da contribuição de melhorias dos lindeiros. “Lhe respeito, mas é preciso trazer justiça”, resumiu.
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Os ataques
Desgostoso com a resposta de Henrique, Carlão voltou à tribuna e disse que o líder do governo, apesar de afirmar que o respeita, não tem respeito e é “maldoso, leviano e irresponsável”. As críticas duras não pararam por aí. Entendendo que a fala do progressista ainda é mágoa pelo voto contra o financiamento de R$ 200 milhões, explicou seu voto contrário à isenção da contribuição de melhoria e acrescentou: “O contraditório não pode ser leviano, moleque”. Teve nova réplica: “O senhor aceitando ou não o mesmo respeito, não vou perdê-lo, nem pelo senhor, nem por qualquer colega da Casa”.
Sem sigla partidária
Muita gente, ainda influenciada pela raivosa polarização político-partidária dos últimos anos, preferiu atacar políticos de todos os entes, quando deveria estar criando algum mecanismo para ajudar as pessoas afetadas pelas consequências da catástrofe natural nessa semana. O que se viu, na prática, foi uma resposta rápida do poder público, levando-se em consideração o fato de que não estamos habituados a esse tipo de fenômeno. Municípios, Estado e União estão se mexendo, indiferentemente da sigla partidária. No domingo, 10, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), deverá estar no Rio Grande do Sul. Será acompanhado pelo deputado Heitor Schuch (PSB).
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