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direto da redação

O ano em que devemos ser melhores

Chegamos a um final de semana mais do que emblemático. Este ano, por si só inesquecível, pelas mais variadas razões, se encerra sob o impacto da perda, nessa quinta-feira, de Lya Luft, santa-cruzense que, como escritora, projetou seu nome (e o de sua terra natal) para a história da cultura e da arte no Brasil.

Cada um de nós, não importa em que atue ou em que ambiente viva, há de desejar que os dias atuais sejam um divisor de águas. Que possamos finalmente nos despedir de um mundo marcado e acossado pela(s) pandemia(s) para, no novo ano, retomar uma realidade com sossego. Este passo, entre 2021 e 2022, implica em determinação e, mais do que isso, tomada de consciência. Porque boa parte do que não deu certo, ou ficou atravancado, ao longo desses dois últimos anos, nos quais a Covid-19 alterou a rotina e ceifou tantas vidas, também se deveu a choques, enfrentamentos, quedas de braço, não raro fúteis e estéreis, em nome de interesses espúrios e radicalismos.

Ou seja, esse passo entre 2021, nesta sexta-feira, e 2022, já a partir do sábado, só poderá envolver alguma confiança e autenticidade se nos determinarmos, enquanto indivíduos e enquanto coletividade, a nos livrarmos, imediatamente, do clima de beligerância e de intransigência que tem marcado os mais variados ambientes sociais, do mundo do poder ao clima nas ruas. É hora de rechaçar toda e qualquer forma de violência, de rancor e de bravata motivadas por objetivos meramente de poder ou por ideologias. Em lugar disso, é hora de apostar no diálogo sadio, na sabedoria, no discernimento, em síntese, na ciência e na educação que nos salvam a vida e a sanidade, e não no achismo frio e ignorante que só mira os interesses localizados e específicos de alguns poucos.

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Que 2022 enfim nos traga um mundo em que a Covid-19 esteja sob controle, o que significa que a facilidade de circulação do vírus deve ser inibida com a vacinação, cujos efeitos positivos são mais do que evidentes na sociedade. Que 2022 também traga, aos brasileiros, o discernimento de fazer a melhor escolha, por decisão coletiva, na definição de novo presidente, governadores, deputados e senadores, porque a eles será entregue a condução da gestão pública pelos próximos anos. E estes, bem sabemos, serão determinantes para o que teremos de qualidade de vida e o que entregaremos de alternativas para as novas gerações, que anseiam por realizar os seus próprios sonhos.

Tudo o que tivemos de enfrentar de desafios e obstáculos nos últimos dois anos se cristaliza e se presentifica em nossa memória no limiar da saída de 2021 e do ingresso em 2022. Claro, boa parte das tarefas nos acompanharão no novo ano, mas talvez tenhamos aprendido algo, finalmente, deste período tão desgastante para, mais sábios e esclarecidos, fazermos do mundo um lugar melhor e mais coabitável para todos, e não apenas para alguns poucos, agora e no futuro.

Feliz 2022, saúde, energia e realizações: é o que desejamos.

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