Não é à toa que Santa Cruz do Sul segue com queda no índice de homicídios. Foram dez casos no ano que passou – e nenhum nos últimos cinco meses de 2022. Em 2021, haviam sido 15. Os dois últimos anos, aliás, representam as menores taxas de assassinatos da história recente na cidade. Em 2018 houve 27 ocorrências, enquanto em 2019 foram 22. Em 2020, no pico dos crimes, o número chegou a 30. De 2020 para 2022, a redução é de 66%. Chama a atenção ainda se compararmos os números com os de outras cidades de população parecida.
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Em Bento Gonçalves, por exemplo, foram 21 casos em 2022, mesma quantidade de Sapucaia do Sul. Cachoeirinha registrou 15 e Uruguaiana, 14. Em Vacaria, com metade da população de Santa Cruz, aconteceram 17 casos. Dos dez homicídios da cidade, divididos em investigações da 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP), 2ª DP, Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), seis já foram solucionados e aguardam desfecho na esfera judiciária, mas quatro ainda não foram completamente esclarecidos.
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Responsável pela investigação da maioria dos homicídios em Santa Cruz, o delegado Alessander Zucuni Garcia apontou um conjunto de elementos que podem explicar a redução no número de casos ao longo dos últimos anos. “A atuação das polícias tem trazido uma resposta qualificada. E há outros fatores que terminam colaborando, como o envio de líderes de grupos criminosos para fora do Estado.”
O delegado também aponta que, de forma indireta, a migração dos autores de crimes violentos para outras modalidades, como os digitais e estelionatos diversos, pode ser um fator importante. “O criminoso pode verificar que, em determinada direção, a reprimenda é menos grave e a lucratividade é alta e compensa; por isso, muda de área. Tudo acaba impactando.”
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BM destaca o combate ao consumo de drogas
Para o comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Rio Pardo (CRPO/VRP), coronel Giovani Paim Moresco, vários fatores levam Santa Cruz a essa queda nos crimes de homicídio. “Esta redução que vem acontecendo ano a ano é fruto de uma série de ações que visam a proteção da vida. E a maioria dos homicídios tem ligação com o tráfico”, salientou.
“Se combate o tráfico, combate indiretamente o homicídio. Costuma-se dizer que a forma que o tráfico tem de combater pensamentos que não são convergentes com o do traficante daquele local é cobrando, e a cobrança vem pelo homicídio”, disse o comandante. “No momento que tu combate isso, acaba indiretamente atingindo o indicador homicídio.”
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Para Moresco, o combate ao consumo de drogas também é importante. Por isso, o trabalho realizado com instituições de ensino e projetos como o Pacto Santa Cruz Pela Paz, da Prefeitura, ou o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), desenvolvido pela Brigada Militar, busca afastar as crianças do universo criminoso, o que também acaba contribuindo positivamente.
“Quando adotamos posturas de valorização da vida, afastando crianças e adolescentes que no futuro possam se tornar agentes ativos da traficância, isso contribui para enfraquecer esses laços delituosos e diminuir a quantidade de pessoas que possam cometer delitos”, disse ele.
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