Além de retomar a tendência de queda verificada ao longo do ano, o mês de outubro encerrou com a maior redução no número de homicídios nos últimos dois anos. Em todo o Estado, foram registradas 118 vítimas, o que representa 31,8% menos do que as 173 do mesmo mês no ano anterior – ou 55 vidas preservadas. Queda percentual maior do que essa só ocorreu em agosto de 2019 (-39%). O total atual é também o menor para outubro desde 2007, quando houve 107 óbitos. Em relação ao pico da série histórica, quando o RS teve 231 pessoas assassinadas no 10º mês do ano, a retração é de quase metade. Os dados integram os indicadores criminais divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) nesta quinta-feira, 11.
“Tivemos um resultado excelente em outubro. Com quedas em todos os crimes contra a vida e redução ou estabilidade nos principais crimes contra o patrimônio. É o trabalho dos homens e mulheres das nossas forças de segurança, com nas premissas de integração, inteligência e o investimento qualificado que temos concretizado, mais uma vez, comprovando o acerto do planejamento do Programa RS Seguro”, declarou o vice-governador e secretário da SSP, delegado Ranolfo Vieira Júnior.
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A retração nos homicídios aparece também no cenário acumulado desde janeiro, quando comparado com o mesmo período de 2020. A soma de vítimas caiu de 1.550 para 1.298 – 252 a menos ou queda percentual de 16,3% –, o menor total desde 2006.
A análise territorial dos dados atesta o impacto da estratégia adotada a partir da priorização de 23 municípios para monitoramento intensivo pela Gestão de Estatística em Segurança (GESeg). Desse grupo de cidades, cinco fecharam o mês sem nenhum assassinato: Guaíba, Lajeado, Rio Grande, Sapucaia do Sul e Tramandaí – a cidade do Litoral Norte completou em outubro o quarto mês seguido sem homicídios. Além disso, em 16 dos 23 municípios priorizados houve queda ou estabilização no número de mortes na comparação com outubro de 2020. E no cenário acumulado, entre as 10 maiores quedas, oito ocorreram em cidades que integram o acompanhamento especial realizado pela GESeg.
O destaque é Alvorada, na Região Metropolitana, que chegou a figurar como a sexta cidade mais violenta do Brasil no Atlas da Violência produzido pelo Fórum Brasileiro da Segurança Pública com dados de 2017. Naquele ano, entre janeiro e outubro, o município já havia registrado 175 assassinatos. Hoje, Alvorada lidera o ranking de redução de assassinatos – foram 60 óbitos no período, 42 a menos que no mesmo intervalo em 2020.
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Porto Alegre vem logo atrás, com 20 homicídios a menos no acumulado do ano – o número de vítimas no período caiu de 235 em 2020 para 215 (-8,5%) – o menor no período em toda a série histórica disponível, a partir de 2010. Na comparação de outubros em 2021 e no ano anterior, houve praticamente estabilidade, passando de 17 para 18 vítimas, ainda o segundo menor total para o mês na Capital na última década.
Os roubos com morte também apresentaram redução significativa no RS em outubro. Em todo o Estado, houve apenas dois casos, quatro menos que os seis registrados no mesmo mês em 2020, o que representa redução de 66,7% e repete o menor total já verificado em toda a série histórica, desde 2002.
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No acumulado, o cenário é igualmente de queda. Enquanto entre janeiro e outubro do ano passado houve 58 latrocínios, no mesmo período de 2021 o número de casos caiu para 52 (-10,3%). Comparado com o pico da série de contabilização, em 2016, quando 148 gaúchos perderam a vida em assaltos, o total atual representa retração de 64,9%.
Delito contra a vida que, ao contrário de homicídios e latrocínios, vinha apresentando resistência de reduzir, o feminicídio completou em outubro seu segundo mês consecutivo de queda no Rio Grande do Sul. A queda em relação ao mesmo período de 2020 foi de 40%, passando de cinco para três vítimas, repetindo o menor total já verificado na série histórica, com dados disponíveis a partir de 2012.
A queda, contudo, ainda não foi o suficiente para reverter o cenário no acumulado desde janeiro. Na soma de 10 meses, o número de mulheres assassinadas por razão de gênero no Estado, que no ano passado era de 67, agora está em 83 (24%).
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Por isso, as autoridades reforçam a importância de parentes, amigos, vizinhos, colegas de trabalho e de escola, ou até mesmo desconhecidos, realizarem a denúncia ao primeiro sinal de violência. Quanto mais cedo for levado às polícias o conhecimento sobre possíveis abusos, maiores são as chances de auxiliar as mulheres vítimas a romperem com o ciclo de violência antes que ele termine em um feminicídio.
Além do Disque Denúncia 181 e do Denúncia Digital 181, no site da SSP (ssp.rs.gov.br/denuncia-digital), o WhatsApp da Polícia Civil (51 – 98444-0606) recebe mensagens 24 horas por dia, sem a necessidade de se identificar, e a Delegacia Online (delegaciaonline.rs.gov.br), que teve suas possibilidades de registro aumentadas para receber os relatos de violência doméstica, permite fazer o boletim de ocorrência, com a mesma validade do documento emitido presencialmente, a qualquer horário e por qualquer dispositivo com internet. Para quem não tem acesso, pode procurar qualquer Delegacia de Polícia, além das 23 Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAMs) hoje existentes no Estado, bem como o auxílio das Patrulhas Maria da Penha (PMPs), cujos telefones se encontram no site da SSP (clique aqui). Para socorro urgente em emergências, o número é o 190.
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Nos demais crimes de violência contra a mulher monitorados pela SSP, a tendência geral é de queda tanto no acumulado quanto no recorte do mês. Entre janeiro e outubro, comparado a igual período de 2020, houve retração nas ameaças (-5,1%), nas lesões corporais (-6,8%), nos estupros (-1,1%) e nas tentativas de feminicídio (-19,5%). A leitura isolada do 10º mês do ano mostra reduções ainda maiores nas ameaças (-6,9%), nos estupros (-22,5%) e nas tentativas de feminicídio (-35%) – apenas o número de lesões corporais ficou 0,6% acima que o verificado em outubro de 2020.
Considerados os três principais delitos contra a vida, no conjunto tecnicamente conhecido como crimes violentos letais e intencionais (CVLI), a soma de homicídios, latrocínios e feminicídios se manteve, em outubro, no menor patamar desde que a SSP passou a contar com dados individualizados desses três tipos penais.
No mês, o total foi de 123 vítimas, o que representa queda de 33,2% em relação às 184 registradas em outubro do ano passado – frente ao pico da série histórica, em 2014, que teve 250 CLVIs, a baixa chega a 50,8%. No acumulado entre janeiro e outubro, a soma de CVLIs está em 1.433, uma redução de 14,4% na comparação com o total de 1.675 de igual intervalo em 2020.
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