Francisco Teloeken

Novos golpes: o da agência e o do gerente investigado

No dia 13 de outubro, o programa Fantástico, da Globo, exibiu uma reportagem sobre uma senhora de 78 anos que perdeu R$ 17 mil, vítima do golpe da “agência investigada”. A idosa contou que recebeu uma ligação de um homem, apresentando-se como gerente. O golpista alegou que a agência bancária onde a senhora era cliente estava sendo investigada e, para proteger o dinheiro dela, depositado no banco, haveria necessidade de transferir o valor para outra conta, indicada por ele, onde ficaria seguro enquanto durasse a investigação. 

Utilizando-se da velha fraude da central telefônica falsa, os meliantes entram em contato com potenciais vítimas que, convencidas por técnicas de engenharia social para manipular psicologicamente as pessoas, acabam fornecendo informações confidenciais, como senha, abrindo o acesso a sua conta ou elas mesmo fazendo transferências de valores para contas da quadrilha. Em alguns casos, para dar maior credibilidade à fraude, os golpistas chegam até a mandar boletim de ocorrência falso.

No caso da senhora da reportagem, ela disse que a conversa foi tão envolvente que não se deu conta de que tratava-se de um golpe. Como ela informou sua senha, além de ter perdido os R$ 17 mil disponíveis em sua conta bancária, os bandidos também fizeram em seu nome um empréstimo consignado de R$ 40 mil. Quer dizer, além de ter perdido o dinheiro acumulado há vários anos, a vítima ficou com uma dívida de R$ 40 mil.

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De acordo com alerta do diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban, José Gomes, os bancos, entidades ou autoridades policiais nunca pedem que clientes façam transações bancárias nem informem suas senhas. “Em caso de contato desse tipo, a ligação deve ser encerrada imediatamente. Na dúvida sobre a agência ou o gerente estarem sob investigação mesmo, o cliente deve buscar esclarecimentos pelos canais oficiais do banco.” 

Em meio a esse e outros casos, a Febraban lançou, na última segunda-feira, 14, uma campanha de conscientização sobre fraudes eletrônicas. O tema principal é: “Se é golpe, tem contragolpe”. A ideia do projeto é fazer uma comunicação “direta e simples para ensinar as pessoas a reconhecerem os golpes”.

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Numa das peças da propaganda para a TV, o humorista Fábio Porchat, que participa da campanha, diz: “Gente, que negócio é esse de passar a senha, passar o código de segurança do cartão quando alguém liga dizendo: ‘Aqui é do banco, clonaram seu cartão, preciso que você confirme sua senha, seu código.’ Para. Banco nunca pede pra você dizer a senha. Nunca! Pediu a senha? Pediu código de segurança? É golpe! Pode desligar sem dó.”

Por serem as maiores vítimas de golpes, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH) lançou uma cartilha com detalhes sobre como identificar e enfrentar a violência patrimonial e financeira contra idosos. Essa violência ocorre quando uma pessoa ou instituição se apropria indevidamente do dinheiro ou dos bens de um idoso. Na maioria dos casos, essa prática ocorre sem o conhecimento ou autorização do idoso. Contudo, existem situações em que a permissão é concedida por meio de ameaças, violência psicológica ou desinformação, como aconteceu com a senhora da reportagem do Fantástico.

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Além de explicar o novo golpe da agência ou do gerente de banco investigados, matéria do dia 15 de outubro do G1 relacionou mais 15 golpes que existem “no mercado”, alguns bem antigos mas que podem ser aplicados a qualquer tempo. De forma resumida, são os seguintes: 

  • 1. Bilhete premiado: este é antigo, em que o golpista diz que ganhou na loteria, mas não tem tempo de retirar o prêmio.
  • 2. Boleto falso: se não tem conhecimento da origem, solicite orientação no banco.
  • 3. Cartão retido no caixa eletrônico: verifique se o local de inserir o cartão está diferente do normal.
  • 4. Consignado, empréstimo e cartão de crédito: ao perceber depósito em sua conta bancária de empréstimo não solicitado, entre em contato com o banco para esclarecimento.
  • 5. Falso namorado pela internet: golpistas usam sites de namoro para procurar vítimas.
  • 6. Falso sequestro: não se apavore, não diga o nome de nenhum familiar, desligue o telefone e tente contato com a pessoa supostamente sequestrada.
  • 7. Falsa central de atendimento: antes de fornecer qualquer informação pessoal ou financeira, verifique se a comunicação é procedente.
  • 8. Maquininha: visor quebrado, com película, adulterado, compra duplicada (golpista pede para digitar novamente a senha).
  • 9. Motoboy: não entregue o cartão de crédito para suposto funcionário do banco.
  • 10. Parente com carro quebrado que precisa de dinheiro: confirme essas informações.
  • 11. Processo judicial: os golpistas informam que tem dinheiro a receber.
  • 12. Saidinha de banco: golpistas se oferecem para ajudar em operações bancárias.
  • 13. Site falso: golpistas falsos para venda de diversos produtos.
  • 14. Troca de cartão: por qualquer motivo, o golpista pede para a vítima ver o cartão de crédito e o troca por outro igual.
  • 15. WhatsApp clonado: golpe muito comum; desconfie do teor da mensagem.

Com a proximidade do fim do ano, época de compras e maior uso das ferramentas de pagamento, os bandidos costumam criar e intensificar tentativas de golpes. Além dos que já foram comentados neste artigo, existem outros, como o golpe que frauda o cartão de crédito no pagamento por aproximação e o golpe do Pix errado. Esses dois golpes já foram comentados nesta coluna, em artigos anteriores. Aos cidadãos cabe ficarem atentos aos possíveis riscos de fraudes a que estão sujeitos no dia a dia de suas vidas, principalmente na área financeira.

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Guilherme Andriolo

Nascido em 2005 em Santa Cruz do Sul, ingressou como estagiário no Portal Gaz logo no primeiro semestre de faculdade e desde então auxilia na produção de conteúdos multimídia.

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