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Novos casos de sífilis em gestantes preocupam Arroio do Tigre

Quando se fala em doenças sexualmente transmissíveis (DST’s), muitas pessoas logo associam o tema ao vírus HIV, causador da Aids. Só que existem outras doenças que podem ser tão perigosas e fatais quanto, caso o infectado não faça o tratamento adequado. A sífilis, causada pela bactéria Treponema pallidum é um exemplo. Mesmo com toda a rede de informação existente nos dias de hoje, o número de contágios cresce no Brasil e causa preocupação nas autoridades, inclusive a nível regional.

No começo dessa semana, a Secretaria de Saúde de Arroio do Tigre fez um alerta à comunidade para os índices alarmantes da doença no município. De acordo com a enfermeira e coordenadora da Saúde da Mulher, Diana Rauber Mergen, em 2019 foram registrados cinco novos casos de sífilis em gestantes. “Automaticamente, surge também nos parceiros e nos seus filhos”, comentou, em entrevista ao Giro Regional da Rádio Gazeta FM 98.1 na última quarta-feira, 13.

Além destes casos, Diana lembra que existem outros 20 casos notificados, de pessoas que já procuram as unidades básicas de saúde para tratamento. “Existem também pessoas que fazem tratamento em clínicas particulares e, ainda os casos não especificados. O número real é bem maior do que nós temos em mãos”, explicou a enfermeira da Secretaria de Saúde.

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A sífilis que aparece na gravidez é conhecida como “sífilis congênita”. O tratamento, se feito corretamente, impede a transmissão da doença para o filho. “Mas em alguns casos pode ocorrer aborto e morte do bebê logo após o nascimento. E, nascendo com a doença, pode apresentar problemas neurológicos, deficiência mental e perda de audição. Essa é a nossa maior preocupação”, alerta Diana.

Chamamento, prevenção e tratamento

A sífilis pode ser transmitida por transfusão de sangue contaminado. Mas a grande maioria dos casos surge por meio de relação sexual com um(a) parceiro(a) que seja portador da doença. “Ela é uma doença silenciosa. Os primeiros sintomas podem aparecer três semanas após o contágio. Por isso, as unidades de saúde estão chamando a população em geral, desde a adolescência, que é um público que nos preocupa muito, já que estes não vão nas unidades”, comenta Diana.

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A enfermeira lembra que a forma mais segura de prevenir a doença é o uso do preservativo. Já o diagnóstico ocorre através de testes rápidos, disponibilizados gratuitamente em todas as unidades básicas de saúde do município. Os exames são sigilosos e levam de 10 a 15 minutos a serem feitos, com o resultado saindo logo em seguida.

O tratamento é feito com penicilina benzatina (benzetacil), que pode ser aplicada também nas unidade básicas. Esta é a principal e mais eficaz forma de combater a bactéria causadora da sifilis. Sendo feito com antecedência, impede a propagação pelos órgãos.

Saiba mais: os tipos de sífilis e suas características

Primária – Surge cerca de três semanas após o contágio, aparecimento de pequenas lesões avermelhadas nos órgãos genitais, boca, mãos e pés, assim como o surgimento de ínguas, que acabam desaparecendo após 4 ou 5 semanas, sem deixar cicatrizes

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Secundária – Após seis a oito semanas, novas lesões surgem, como manchas rosadas ou pequenos caroços acastanhados na pele, na boca, no nariz, nas palmas das mãos e plantas dos pés, podendo haver descamação intensa da pele, ínguas em todo o corpo, dores de cabeça, muscular e garganta e mal estar. Essa fase continua durante os dois primeiros anos da doença e surge em forma de surtos que regridem espontaneamente, mas que passam a ser cada vez mais duradouros.

Terciária – Aparece em pessoas que não realizam o tratamento corretamente. Apresentam lesões maiores na pele, boca e nariz e problemas em órgãos internos, como coração, nervos, ossos, músculos, fígado e vasos sanguíneos, além de dores de cabeça constante, vertigem, insônia e AVC, podendo levar a óbito. Esses sintomas costumam surgir depois de 10 a 30 anos da infecção inicial.

Congênita – Ocorre quando a mulher grávida tem sífilis e não faz o tratamento, infectando o bebê. Ela pode causar aborto, má formação ou morte do bebê. Os bebês vivos podem ter sintomas desde o nascimento até os dois anos, com manchas na pele, irritabilidade fácil, perda de apetite e da energia para brincar, pneumonia, anemia, problemas nos ossos e nos dentes, perda da audição e deficiência mental.

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Latente – Corresponde ao estágio inativo da sífilis, em que não há sintomas. Esse estágio pode perdurar por anos, sem que a pessoa sinta nada.

FONTE: Secretaria Municipal de Saúde

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