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Literatura

Novo livro de Joël Dicker é uma declaração de amor a Genebra

Novo romance de Joël Dicker foi o livro mais vendido na França ao longo do ano de 2020

A cidade de Genebra, na Suíça, com seus quase 200 mil habitantes, é uma das mais charmosas em termos mundiais: sede de dezenas de organismos internacionais das áreas de diplomacia, das Nações Unidas à Cruz Vermelha e à Unesco, é devidamente chamada de “Cidade da Paz”. Não é sem razão, portanto, que o escritor suíço Joël Dicker, uma das principais vozes jovens da literatura europeia, nascido em Genebra, homenageia a sua terra natal em um novo romance. O enigma do quarto 622 acaba de chegar às livrarias brasileiras pela Intrínseca, que também já lançou todos os livros anteriores dele.

A nova obra foi editada na Europa em 2020, e acabou se tornando o título mais vendido na França em todo o ano. Diante de tal desempenho, a Intrínseca agilizou a distribuição também no Brasil. E o livro vem, de fato, com a marca clássica de estilo, ritmo e estrutura interna do autor. O que inclui, em O enigma do quarto 622, uma homenagem a seu primeiro editor francês, Bernard de Fallois, falecido em 2018, aos 91 anos. O livro é a ele dedicado, e a própria narrativa traz um personagem Escritor, cujo nome é Joël, referindo-se à importância que Bernard teve no começo de sua caminhada na literatura.

Jato de água, no Lago Leman, é um cartão-postal de Genebra e atração para os turistas

Esse Escritor depara-se com o “enigma” do título ao se hospedar em um hotel luxuoso nos Alpes suíços. O suposto apartamento 622 ali é identificado como 621-bis. Curioso pela razão que teria levado o hotel a tal manobra, ele e uma outra hóspede descobrem que, na verdade, houve no local o assassinato de um dirigente de um dos mais prestigiosos bancos de Genebra.

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Ambos, o Escritor e a hóspede, começam a ir em busca de mais informações sobre o caso, e pouco a pouco o romance passa a ganhar uma complexidade de enredo que ultrapassa, e muito, o ambiente bancário ou da Suíça. Na linha de um thriller clássico, após apenas poucas páginas lidas já é praticamente impossível largar o livro, o que explica o sucesso registrado junto aos leitores franceses, sempre exigentes.

Nada mal para um autor ainda jovem. Dicker tem 35 anos e estreou no início de 2012, de maneira discreta, com Os últimos dias de nossos pais, uma corajosa aposta, então, do editor Bernard de Fallois. Esse primeiro livro foi publicado no Brasil em 2015, já depois do estrondoso sucesso de A verdade sobre o caso Harry Quebert. Este foi o segundo romance de Dicker, publicado ainda no final de 2012, mas no Brasil foi seu primeiro título a ser disponibilizado, em 2014.

Harry Quebert foi de tal modo incensado que se tornou minissérie de TV. Posteriormente, Dicker lançou O livro dos Baltimore, em 2015, e O desaparecimento de Stephanie Mailer, em 2018. E então veio o recente O enigma do quarto 622, que tem tudo para repetir, no mundo todo, a receptividade de A verdade sobre o caso Harry Quebert. Com direito a declaração de amor de Dicker sobre a sua Genebra natal, descrita ao longo das mais de 500 páginas.

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O ENIGMA DO QUARTO 622, de Joël Dicker. Tradução de Carolina Selvatici e Dorothée de Bruchard. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2021. 528 p. R$ 64,90.

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