O Novo Hamburgo é o campeão gaúcho de 2017. Título inédito para o clube do Vale do Sinos, que já tinha cinco vices no currículo. Após empate com o Internacional em 1 a 1 no tempo normal, vitória nos pênaltis por 3 a 1 neste domingo, 7. Festa anilada no Estádio Centenário, em Caxias do Sul. A partida de ida, no Beira-Rio, havia terminado empatada em 2 a 2. Não havia saldo qualificado como critério de desempate na decisão.
Após o encerramento do Gauchão, o Inter voltará a atuar no sábado, 13, às 16h30, no Estádio do Café, contra o Londrina, na estreia do Campeonato Brasileiro da Série B. Na quarta-feira, 17, às 21h45, enfrentará o Palmeiras no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, no Allianz Parque. O Novo Hamburgo vai estrear pelo Grupo 16 do Campeonato Brasileiro da Série D no Estádio do Vale contra o São Bernardo no domingo, 21, ainda sem horário definido.
O QUE ESTAVA EM JOGO
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Em Caxias do Sul, o Internacional buscava suplantar um tabu de 30 anos. Poderia ser o primeiro clube heptacampeão do Brasil desde a década de 1980. O Joinville, entre 1978 e 1985, havia conquistado oito títulos catarinenses. Também poderia alcançar uma marca inédita: o único clube brasileiro heptacampeão estadual por duas vezes. Para a escalação de Antônio Carlos Zago, a maior expectativa era em relação ao goleiro. Danilo Fernandes estaria em campo, mesmo em recuperação de cirurgia no pé esquerdo. Marcelo Lomba, com distenção muscular na coxa direita, ficaria no banco. Keiller, herói da semifinal, era desfalque, por uma luxação no ombro esquerdo. Após 50 dias sem entrar em campo, Ernando retornava para atuar improvisado na lateral esquerda.
Já o surpreendente Novo Hamburgo estaria apenas sem o meia Conrado e o volante Danilo Goiano. Suspenso no jogo de ida, o meia Preto voltava ao time. O time do Vale dos Sinos desejava sair da fila. Era cinco vices ( 1942, 1947, 1949, 1950 e 1952) e 65 anos sem disputar a final. Poderia ser o primeiro do interior a vencer o Gauchão desde 2000, quando o Caxias do técnico Tite levantou a taça. O técnico Beto Campos, que já recebeu sondagem até do Vitória, teria a oportunidade de ser campeão por dois anos consecutivos. Em 2016, levantou a taça da Divisão de Acesso com o Caxias. Para ele, foi o segundo título da competição, já que também havia vencido em 2011 com o Avenida.
A PARTIDA
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Mesmo com o mando de campo, o Inter teria maior torcida no Centenário. Seriam 11,5 mil colorados e apenas 4,2 mil torcedores anilados. O Novo Hamburgo criou a primeira chance de gol aos dois minutos. Amaral cobrou lateral para dentro da área e após um desvio na primeira trave de Assis, João Paulo cabeceou na pequena área. A bola passou rente à trave direita. O Inter deu a resposta aos seis minutos. Nico López cruzou da direita e Brenner foi segurado na grande área por Léo quando tentava concluir. Apesar dos pedidos de pênalti, o árbitro mandou seguir. Ernando ficou com a sobra e finalizou em cima de Léo. Aos nove minutos, Rodrigo Dourado foi derrubado na meia direita. D’Alessandro cobrou a falta e Matheus saltou para espalmar. Na marca dos 11, Preto cobrou falta da meia direita e a bola cruzou a grande área em diagonal até sair à direita de Danilo Fernandes. Ninguém conseguiu desviar para o gol.
Já aos 17, William cobrou escanteio na esquerda e Léo Ortiz desviou para o centro da grande área. Victor Cuesta aproveitou a sobra e arrematou para o gol. O chute saiu fraco e Mateus defendeu com facilidade. Aos 21, em um lance inesperado, o Novo Hamburgo abriu o placar. Amaral cruzou da esquerda e Ernando cabeceou na pequena área contra o próprio gol. A bola morreu no canto direito de Danilo Fernandes. Com o aumento no ritmo e uma consequente pressa, o Inter passou a buscar o empate, mas esbarrava nos erros nas trocas de passes. O Novo Hamburgo passou a ficar mais atento à marcação para não ceder espaços ao adversário. Em uma escapada aos 36, Nico López recebeu de Uendel e conduziu na meia esquerda até finalizar de canhota. A bola saiu à direita do goleiro Matheus. Apesar das tentativas, o Inter foi para o intervalo com o revés no placar.
Para o segundo tempo, o Internacional voltou com Carlos na vaga de Ernando. Com isso, Uendel passaria a ocupar a lateral esquerda e o ataque teria três jogadores. A alteração surtiu efeito imediato. Aos três minutos, o Inter empatou. D’Alessandro cruzou da direita, Brenner e Léo disputaram a bola e caíram. A sobra ficou para Carlos, que foi travado. Rodrigo Dourado concluiu em meio à marcação. O goleiro Matheus e o lateral Assis ainda tentaram evitar o gol em cima da linha, sem sucesso. Aos 10 minutos, D’Alessandro alçou na área em cobrança de falta, o goleiro Matheus não segurou e William tentou arrematar. João Paulo apareceu e conseguiu afastar de cabeça. O Inter se empolgou com o empate e passou a pressionar em busca do gol da virada. Aos 16, Brenner cruzou da esquerda e Carlos dominou na entrada da área para acertar uma bomba. A bola saiu rente ao travessão. Já aos 19, D’Alessandro arriscou um chute de longe e Matheus defendeu com firmeza no centro do gol.
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Para tentar reverter o quadro, o técnico Beto Campos decidiu colocar Lucas Santos na vaga de Branquinho aos 21, uma renovação de fôlego no ataque. Já aos 24, o Inter chegou ao ataque com uma troca de passes entre Nico López e Brenner e D’Alessandro recebeu para definir com a canhota da grande área. A bola passou muito perto do ângulo direito de Matheus. Aos 26, Assis cruzou da esquerda e Lucas Santos cabeceou para fora. No minuto seguinte, Lucas Santos finalizou sem direção. Já aos 33, Edenílson sentiu uma lesão muscular e deu lugar a Valdívia. Aos 40, Matheus saiu esquisito do gol e Uendel cabeceou para o centro da área. Júlio Santos apareceu para afastar e evitar o gol. Na marca dos 46, William recebeu de D’Alessandro e se enrolou para finalizar. Mesmo sem marcação, foi interceptado pelo goleiro Matheus. No minuto final, Carlos saiu para a entrada de Diego e Léo Carioca entrou na vaga de Assis. Os técnicos já utilizavam estratégias para as cobranças de pênaltis.
COBRANÇAS DE PÊNALTIS
D’Alessandro desperdiçou a primeira cobrança. Acertou o travessão. João Paulo anotou no canto direito e colocou o Novo Hamburgo em vantagem. Cuesta acertou o travessão também. Léo foi outro a carimbar o travessão. Nico López cobrou no canto direito e Matheus fez a defesa. Júlio Santos converteu ao bater no canto direito. William bateu no canto esquerdo e fez o primeiro do Inter. Pablo acertou o canto direito de Danilo Fernandes e correu para comemorar o título gaúcho.
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“Hoje fizemos um primeiro tempo excelente. No segundo tempoo, o Inter foi melhor. Nós fomos mais competentes nas penalidades, que nos dá o título com merecimento”, disse o técnico Beto Campos. “É com muito respeito, muito amor, muita amizade. Deus coroou o Novo Hamburgo pelo trabalho muito sério. Está todo mundo de parabéns. Vencer o Campeonato Gaúcho em cima de Inter e Grêmio não é fácil. Isso aqui, eu amo com todas as minhas forças. Isso é importante para toda minha família que está aqui. Um abraço a todos. Esse título é nosso”, declarou o capitão Preto.
FICHA TÉCNICA
CAMPEONATO GAÚCHO
FINAL – JOGO DE VOLTA
NOVO HAMBURGO 1 (3) x 1 (1) INTERNACIONAL
Local: Estádio Centenário, em Caxias do Sul
Data: 07 de maio de 2017, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Leandro Vuaden
Assistentes: Rafael da Silva Alves e Elio Nepomuceno de Andrade Júnior
Cartões amarelos: Pablo e Júlio Santos (Novo Hamburgo); D’Alessandro (Internacional)
Gols: Ernando [contra] (Novo Hamburgo) – 21min/1º e Rodrigo Dourado (Internacional) – 3min/2º
Pênaltis: João Paulo, Júlio Santos e Pablo converteram. Léo desperdiçou (Novo Hamburgo); William converteu. D’Alessandro, Cuesta e Nico López desperdiçaram (Internacional)
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INTERNACIONAL: Danilo Fernandes; William, Léo Ortiz, Victor Cuesta e Ernando (Carlos, depois Diego); Rodrigo Dourado, Edenílson (Valdívia), Uendel e D’Alessandro; Nico López e Brenner
Técnico: Antônio Carlos Zago
NOVO HAMBURGO: Matheus; Léo, Júlio Santos, Pablo e Assis (Léo Carioca); Amaral, Jardel, Preto e Juninho Silva; Branquinho (Lucas Santos) e João Paulo
Técnico: Beto Campos