Com o uso excessivo de fones de ouvido para estudar, trabalhar, jogar e escutar música, aumentam as chances de a população apresentar zumbido e até risco de surdez. Esse é um dos alertas do Novembro Laranja, mês de atenção ao zumbido, misofonia, hiperacusia e surdez.
Dez milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência auditiva e 40 milhões têm zumbido. Em muitos desses casos a perda auditiva é irrecuperável, gradativa e ocorre em todas as idades. “Entre os fatores de risco, podemos destacar a hereditariedade, doenças durante a gestação, complicações no nascimento, exposição a sons intensos, doenças infecciosas, medicamentos ototóxicos, alterações metabólicas e estilo de vida”, explica a fonoaudióloga Melissa Camargo.
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Alguns dos sinais de alterações auditivas são a insistência para repetir algo que foi dito, evitar participar de conversas em grupo, assistir à televisão com volume alto e perceber um zumbido nos ouvidos. Outros sintomas podem ser a intolerância a sons intensos, não perceber sons baixos do ambiente, escutar e não entender a conversa e até não se assustar com barulhos intensos e repentinos.
Durante a pandemia, houve aumento no número de jovens e trabalhadores com queixas de zumbido e dificuldades na audição, pelo uso intenso dos fones e equipamentos eletrônicos sonoros em atividades online. Conforme Melissa, essas queixas podem aumentar ainda mais no futuro se a população não tomar os devidos cuidados. As três maneiras para se proteger dos sons fortes e ruídos são: reduzir o volume, afastar-se do som intenso ou proteger os ouvidos com o uso de protetores auditivos.
A otorrinolaringologista e presidente da Associação Gaúcha de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervicofacial, Ingrid Santanna, explica que o som alto e frequente pode causar lesões nos ouvidos. Ela reforça a importância de manter as vacinas em dia, principalmente durante a gestação e infância, a realização do teste da orelhinha após o nascimento e o acompanhamento da audição com exames auditivos ao longo da vida. “Quanto maior o volume do som, menos tempo é indicado ficar exposto sem cuidados”, ressalta.
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Zumbido, misofonia e hiperacusia
O zumbido é causado pela lesão temporária ou definitiva das células ciliadas, localizadas no ouvido interno. Essas células ficam sobrecarregadas ao trabalhar em um ritmo mais acelerado do que o normal, o que dá origem ao zumbido, conforme explica a otorrinolaringologista Giovana Pellegrin. “É um barulho incômodo que as pessoas escutam dentro dos ouvidos sem a existência de uma fonte sonora. Geralmente é percebido no silêncio e pode parecer o som de um apito, uma cigarra, ronco de motor, etc. Ele é um sinal de alerta de agressão aos ouvidos e tem diversas causas, como problemas dentro e fora das orelhas”, explica.
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A misofonia é a intolerância seletiva a sons comuns do dia a dia, como mastigar, mascar chiclete, fungar, pigarrear, digitar, o tique-taque do relógio e outros. “Pouco conhecida, pode começar na infância e na adolescência, e nos dá a impressão que algumas pessoas são ‘chatas’ por não gostarem de alguns sons gerais.” A hiperacusia é a diminuição da tolerância ou irritação com o volume alto dos sons comuns, como a televisão, sirene de ambulância, trânsito ou eletrodomésticos. Há tratamentos para essas doenças. A recomendação é procurar um otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo o quanto antes.
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FONES DE OUVIDO
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- Ao usar os fones, evite ultrapassar a metade da potência do seu aparelho ou usar mais do que duas horas seguidas.
- Não ignore o aviso do equipamento quando o som começar a ultrapassar os 60% do volume.
- Reduza o tempo de contato do celular com o ouvido e use mais o viva-voz.
- Estimule os ouvidos com baixo volume de música suave ou outros sons agradáveis.
- Uma boa opção são os fones com bloqueadores de ruídos externos. Ao neutralizar a poluição sonora externa, o volume do som poderá diminuir consideravelmente.
- Não durma usando os fones de ouvido. Tanto a audição como o organismo necessitam de repouso e descanso.