Novas regras do Minha Casa Minha Vida passam a valer em Santa Cruz

A elevação do teto de financiamento do Minha Casa Minha Vida animou o setor imobiliário santa-cruzense, que há muito tempo solicitava a alteração. Pelo fato de o município ter mais de 100 mil habitantes, a partir de agora será possível adquirir imóveis de até R$ 160 mil por meio do programa habitacional. Essa adequação aos valores exigidos pelo mercado promete dar um fôlego maior aos contratantes, já que, nos últimos anos, houve aumento no preço dos terrenos em Santa Cruz do Sul.

Antes da mudança, o valor máximo de financiamento no Minha Casa Minha Vida era de R$ 130 mil. De acordo com o superintendente regional da Caixa Econômica Federal (CEF), Júlio César Pavin, o aumento do valor disponível para o financiamento da casa própria representa um grande avanço para Santa Cruz, tendo em vista a disponibilidade de valores para fechar negócios. “A gente quer que esse ano seja diferente, que a gente consiga fazer muito mais do que vinha fazendo em anos anteriores”, apostou.

Dentro da região de abrangência da superintendência regional de Santa Maria – que engloba desde Santa Cruz até Uruguaiana – a comunidade santa-cruzense, segundo Pavin, é uma das que participam mais efetivamente dos programas de financiamento da Caixa. “Santa Cruz tem uma peculiaridade: a gente empresta muito mais do que aquilo que a gente coloca como meta”, comemorou. Nos últimos três anos, a CEF trouxe para o município R$ 420 milhões em negócios.

Conforme o gerente-geral da Caixa de Santa Cruz do Sul, Paulo Schuenke, o Conselho Curador do Fundo de Garantia liberou crédito para o programa Minha Casa Minha Vida sem impor limite. Portanto, enquanto houver demanda, haverá aplicação de verba. Esse investimento no município, para Schuenke, é mérito da cadeia produtiva da construção civil e, também, da qualidade de vida da cidade. “É importante trazer esses recursos para a nossa comunidade, até porque colabora para a geração de empregos”, disse.

O presidente da Associação das Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp), Flávio Bender, considera muito significativo o fomento da Caixa ao setor da construção civil, pois, segundo ele, é onde um maior número de empregos é gerado mais rapidamente.

Nova linha de crédito chega ao município

Em Santa Cruz do Sul, todas as linhas de crédito estão disponíveis, desde imóveis avaliados em R$ 100 mil até aqueles que custam R$ 3 milhões. Uma novidade para o município é a faixa 1,5. Nessa modalidade, as construtoras fazem imóveis de até R$ 110 mil e vendem para quem tem renda familiar de até R$ 2,3 mil. “Há condição diferenciada, taxa menor de juros e subsídio um pouco maior”, explicou o gerente-geral da Caixa de Santa Cruz do Sul, Paulo Schuenke.

Porém, o município ainda não conta com nenhum empreendimento que se encaixe nessa linha. “Quem sabe nesse ano a gente possa viabilizar algo nesses moldes”, observou. Ele destaca que não é possível, nessa modalidade, financiar um imóvel individualmente, é preciso ter um empreendimento – prédio com apartamentos, casas conjugadas ou construções semelhantes. A taxa de juros é de 4,5% ao ano.

Esperança contra a crise

O superintendente regional da Caixa Econômica Federal (CEF), Júlio César Pavin, em entrevista à Rádio Gazeta, se mostrou muito esperançoso em relação a 2017. Para ele, a notícia do aumento do teto de financiamento do Minha Casa, Minha Vida possibilita a retomada do volume de empréstimos a exemplo do que foi registrado nos anos de 2013 e 2014, quando foi o ápice do financiamento habitacional no país.

O balanço do ano passado ainda não foi fechado, mas, de acordo com o gerente-geral da Caixa de Santa Cruz do Sul, Paulo Schuenke, mais de R$ 60 milhões foram negociados no período. Para esse ano, não há uma projeção do volume de financiamentos, mas Schuenke acredita que, com o aumento do teto das negociações, seja possível superar anos anteriores.

Simulador calcula o financiamento

Quem planeja realizar o sonho da casa própria nesse ano pode buscar mais informações no site da Caixa Econômica Federal. Lá é possível encontrar um simulador que calcula o tipo de financiamento ideal para cada pessoa. “É um simulador, não uma garantia. Mas pode chegar bem perto da realidade do financiamento”, explica o gerente geral da Caixa.

Para realizar o teste é preciso informar ao site data de nascimento, CPF e renda. “A partir disso, o cliente tem uma ideia de que tipo de imóvel buscar no mercado”, observou. Para Schuenke, encontrar o valor ideal de financiamento representa a garantia de que será possível pagar pela propriedade, sem comprometer mais de 30% da renda e, ainda, ter perspectiva de ir melhorando as condições do imóvel.

ENTENDA

Faixa 1,5
Imóvel de até R$ 110 mil, integrante de empreendimento realizado por construtoras
Renda familiar de até R$ 2,3 mil

Faixas 2 e 3
Imóvel de até R$ 160 mil
Renda familiar de até R$ 6,5 mil
Não é possível para aqueles que já tem financiamentos habitacionais ou imóveis