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Novas alternativas na propriedade modelo da família Pereira

Uma propriedade modelo, novas culturas, uma família alegre, um bom diálogo, receptividade e muitas gargalhadas marcaram o quadro Café na Roça desta semana, em Vila Itaúba, Estrela Velha. Na propriedade de 35 hectares de Nilton Pereira, 62 anos, a atividade principal era o tabaco. Há três anos eles deixaram de plantar entre 35 a 40 mil pés de Burley. “Deixei porque como somos poucas pessoas era preciso contratar a mão-de-obra, o que se tornou caro. Resolvi apostar em outras culturas”, explica. Começou com a semeadura da soja, hoje carro-chefe, onde são cultivados 15 hectares. Também cultivam de três e quatro hectares por ano de feijão preto, seis hectares de milho, além dos produtos de subsistência, hortaliças e pomar com frutas. Pereira apostou forte no plantio de nogueiras-pecã. Em um hectare possui 112 pés. “Já está produzindo, mas ainda não corresponde com o que esperávamos”, conclui. A produção, segundo ele, varia. No último ano rendeu de 3,5 a quatro quilos por pé de noz-pecã. A floração ocorre em setembro/outubro e a produção no final de maio.

No atual momento, as plantas estão em um estágio de “dormência”, por isso o frio e as geadas não são tão prejudiciais às plantas. O sistema de plantio das nogueiras-pecã foram acompanhados por técnicos de uma empresa privada e por técnicos da Emater/RS-Ascar de Estrela Velha, tendo em vista que cada pé deve ter um distanciamento do outro para que produza bem. “Tenho um projeto para o futuro. Junto com as nozes criar frango caipira”, conta Pereira. Ele pretende usar o espaço entre as árvores para abrigar os animais. Outro projeto que almeja implementar em sua propriedade são tanques de água para produção de peixes, tendo a piscicultura como uma nova e rentável alternativa para a família.

A esposa de Nilton, Marilei, é professora há 40 anos em Vila Itaúba e administra a escola indígena na reserva de Linha Somavilla, Escola Estadual Indígena de Ensino Fundamental Karaí Tataendy Vera Cláudio Acosta. A família reside em um dos mais belos casarões antigos da região, que ainda guarda traços da colonização. tanto é que o piso com pinturas à fresco que a família mantém não pretende ser trocado tão cedo. A matriarca da família, Delícia Spanevello Pereira, que no próximo dia 12 completa 84 anos, é exemplo de vitalidade e força de vontade. Ela ainda auxilia em alguns afazeres domésticos. “Só não corto mais lenha”, brincou. Mãe de 12 filhos, seis homens e seis mulheres, lembrou as dificuldades do trabalho na lavoura em tempos que não se tinha a tecnologia e facilidades de hoje. “Era tudo na cabo da enxada”, lembra.

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Em datas comemorativas, a família com mais de 60 integrantes faz um mutirão para confraternizar e até encenar as mais engraçadas peripécias vivenciadas por membros da família Pereira. “Tive doze filhos, todos eles estão casados, menos o padre”, contou e fez todos rirem com sua colocação, tendo em vista que é mãe do pároco Édson Pereira. Ao final a família surpreendeu a reportagem com um delicioso café da manhã com produtos feitos na propriedade, como chimia de abóbora preparada no forno elétrico, chimia de uva, coalhada, queijo, linguiça, pão sovado e o delicioso café com leite.

Nilton Pereira se dedica à produção de noz-pecã: “É mais uma aposentadoria”, ganate.

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Foto: Vinícios Rech/Gazeta da Serra

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