Nova tarifa causa discordância entre os taxistas

A atualização dos valores a serem cobrados pelas corridas de táxi em Santa Cruz do Sul tem gerado polêmica. Parte dos profissionais do setor entende que o reajuste foi exagerado e acaba afastando a clientela. Como forma de minimizar o impacto, aplicam descontos que chegam a 30% – atitude que é condenada pelo presidente do Sindicato dos Taxistas de Santa Cruz do Sul, Renato Faust. Ele afirma que deve ser intensificada a fiscalização para que seja praticado o que determina a legislação.

As alterações dos valores têm como data-base o mês de maio, mas em decorrência de mudanças motivadas pela pandemia, acabaram sendo flexibilizadas. Faust conta que em 2019 a definição da bandeirada inicial (momento em que o passageiro entra no carro) ficou em R$ 6,64. Em 20 de dezembro de 2020, novo decreto passou o valor para R$ 7,21. Agora, com a aplicação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) acumulado, subiu para R$ 9,59 (33%).

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Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, o presidente destacou o fato de que o Inmetro atrasou a atualização dos taxímetros, o que motivou a adoção de uma tabela de tarifas paralela. Assim, quando aparece R$ 6,64 (valor de 2019) corresponde a R$ 9,59. Agora, os equipamentos estão sendo ajustados, o que passa a impressão de uma majoração ainda mais expressiva.

Faust garante que a nova bandeirada foi definida e aprovada em assembleia dos profissionais do setor. Os entrevistados pela Gazeta do Sul, no entanto, discordam do índice utilizado. Um taxista, que pediu para não ser identificado, adianta que tem praticado desconto quando o passageiro reclama do valor. Cita um exemplo de corrida que fez nessa quinta-feira, 3. “Levei uma pessoa do Centro até o Rauber. Deu R$ 43,00”, conta, impressionado com a soma. Em pesquisa realizada pelos aplicativos de transporte disponíveis no município, o mesmo trajeto pode ser feito a partir de R$ 15,80 naquele horário.

Trabalho está no limite, afirma presidente do sindicato

O presidente Renato Faust justifica o reajuste, comparando-o com o aumento de custos. Diz que para atender à ampliação dos gastos dos profissionais, a tarifa deveria ser R$ 11,50. “Tanto os taxistas quanto os motoristas de aplicativos não têm uma renda adequada. Estão no limite. A modalidade de aplicativos, inclusive, é um novo modelo de escravidão, que não sustenta”, ataca.

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Já o profissional contrário à nova tarifa observa que essa é uma concessão. “Quem não está gostando, que devolva”, disparou. Acredita que um acréscimo de até 15% minimizaria as perdas e não afetaria tanto o usuário. “Para nós é melhor, mas penso nas pessoas. Às vezes, vejo uma moça com criança no colo precisando de transporte. Vamos fazer o quê?”, questiona.

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Faust lamenta a discordância entre a categoria. “Não entendo os colegas. Estão em dois grupos, se digladiando. É importante que saibam que não se aplica desconto em tarifa pública, mas acabam fazendo, porque não há fiscalização”, critica.

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Os valores

Santa Cruz do Sul tem 170 taxistas – 18 na zona rural e 152 na zona urbana. A tarifa atende ao decreto da prefeita Helena Hermany, assinado em 8 de outubro de 2021.

  • Bandeirada inicial ……………. R$ 9,59
  • Quilômetro rodado …………. R$ 4,79
  • Quilômetro bandeira 2 ……. R$ 5,75
  • Corrida c/ hora marcada….. R$ 4,79
  • Hora parada …………….……… R$ 46,23

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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