Um grupo de agricultores ecologistas encontrou um novo mercado para a venda de produtos, com a intermediação da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Desde agosto, os produtores abastecem o Residencial Laranjeiras, no Bairro Higienópolis, com hortigranjeiros. Duas vezes por semana, os agricultores entregam no lar frutas, verduras e legumes para as refeições de 42 idosos residentes e 20 funcionárias nas duas casas da empresa.
A abertura da nova alternativa de comercialização ajuda a amenizar os efeitos da pandemia, que repercutiu em vários setores, dentre os quais a agricultura familiar. No Vale do Rio Pardo, somada à estiagem que causava prejuízos há meses às lavouras e criações de animais, a crise sanitária gerou consequências para a venda e distribuição dos alimentos e exigiu adaptações dos agricultores. Vendas em feiras e distribuição direta nas residências abriram novos mercados, o que minimizou parte das perdas financeiras.
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Uma das proprietárias da casa geriátrica atendida pelos agricultores, Rosemeri Henz, explica que a proposta da Unisc, de apresentar ao lar a agricultura familiar ecologista da região, veio num momento especial. “Mais do que nunca é preciso cuidar integralmente da saúde dos residentes, e o alimento é um componente importante no cuidado com os idosos.” Ela frisou ainda que a ação do residencial contribui para a agricultura familiar regional em um momento econômico difícil.
Esse era o objetivo da Unisc, que organizou a parceria, incentivando a geração de renda a quem produz e o acesso da população a alimentos saudáveis. É o que explicam a professora Ângela Felippi, coordenadora do projeto com foco na comunicação da agroecologia, e o agrônomo Jaime Weber, doutorando em Desenvolvimento Regional da Unisc, que articularam a aproximação entre agricultores e residencial.
Um dos agricultores que comercializam alimentos livres de agrotóxicos e adubos químicos, Perci Frantz, reforçou as vantagens desse novo canal de vendas. “Fornecemos alimentos saudáveis a um público que é mais sensível e garantimos renda fixa, que é revertida em mais investimentos na produção ecológica”, salientou Frantz.
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