A Excelsior Alimentos passará por uma mudança de ciclo no fim do ano. Renato Jackisch deixará a direção executiva de negócios da empresa após duas décadas na companhia e passará o bastão a Luiz Carlos Motta Nunes. Jackisch define o sucessor como um profissional qualificado e merecedor de reconhecimento. O processo de transição na liderança da empresa já foi iniciado.
Renato Jackisch está na Excelsior Alimentos desde 2001, quando foi convidado a entrar no Conselho de Administração por um dos sócios, Clóvis Luiz Baumhardt. O outro conselheiro era Telmo Schoeler. A empresa era familiar, de capital aberto. Depois de eleito presidente do conselho, ele atuou na função até 2006, quando passou a ocupar um cargo na diretoria. Na época, a empresa se preparava para ser vendida.
Em 2008, boa parte da participação acionária foi transferida para a Sadia. Na sequência, após uma fusão da Sadia com a Perdigão, surgiu a BRF no mercado. Quando foi criada, em 2011, a BRF precisou se desfazer de algumas marcas para não criar monopólio no setor, conforme restrições impostas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Com isso, a Marfrig adquiriu o controle acionário da Excelsior e Jackisch foi escolhido presidente, em 2012.
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A empresa estava com dívidas e Jackisch tratou de sanar os problemas financeiros. Nessa época, Luiz Carlos Motta Nunes passou a fazer parte da Excelsior. “Passamos a melhorar a parte industrial. Modernizamos a fábrica, valorizamos os colaboradores com participações nos lucros e começamos a pagar dividendos para os acionistas. Também regularizamos as pendências, sempre com recursos próprios”, detalha.
Já em 2013, a Marfrig vendeu a participação acionária para a JBS, a qual passou o controle para a Seara, que continua até hoje. Em 2018, a controladora autorizou a ampliação da fábrica, um projeto que será concluído até o fim do ano. “Com o investimento, vamos ter o dobro do tamanho e um volume maior de produção, com possibilidades de novos negócios com a nova estrutura”, sublinha.
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Jackisch carrega uma frase dita por Clóvis Baumhardt, por quem nutre respeito e admiração, para simbolizar a nova fase: “A vida de uma empresa deve ser mais longa que a vida dos fundadores e os seus administradores podem ser considerados personagens de uma história que está em contínua mudança”. Jackisch salienta o exemplo deixado por Baumhardt, com uma trajetória de retidão, ética e honestidade. “Sempre levei isso em consideração. Era o que ele transmitia e procurei passar adiante na empresa, como uma das coisas que devem ser preservadas. Meu sucessor vai continuar fazendo isso e ainda melhor, porque ele é altamente capacitado. Fico feliz por ter um sucessor qualificado como ele”, ressalta.
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Para Jackisch, Santa Cruz do Sul pode ter orgulho da Excelsior Alimentos, uma empresa atualizada, com 129 anos de história sendo completados em março de 2022. “Se pude deixar algum legado é a continuidade, modernização e ampliação da empresa, que estará em boas mãos”, frisa. Atualmente, são mais de 600 funcionários. Além de absorver mão de obra local, a Excelsior retribui para a comunidade por meio de uma relação próxima, em eventos e ações.
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Visita de apresentação
Renato Jackisch esteve na Gazeta Grupo de Comunicações nessa quarta-feira, 25, para apresentar Luiz Carlos Motta Nunes ao diretor-presidente André Luis Jungblut. Eles conversaram sobre as transformações recentes na Excelsior Alimentos e a situação atual na transição do comando na empresa.
Renato Jackisch é natural de Sinimbu e tem 68 anos. Filho de agricultores, não contava com luz elétrica na infância. Conciliava o trabalho na lavoura com os estudos. Por meio de uma bolsa, concedida por Norberto Schmidt, teve a possibilidade de estudar no Colégio Mauá, onde se formou como técnico de contabilidade.
O primeiro emprego foi em uma loja de móveis. Depois foi recepcionista de hotel, crediarista nas lojas Waechter e concursado no Sesc, onde chegou a assumir a administração local. Posteriormente, foi contratado como contador na Assmann. Diplomado em Ciências Contábeis, foi contratado pela Fuller. Em pouco tempo, ele assumiu a parte administrativa e financeira, até ser eleito diretor. Foram 20 anos na Fuller. Na sequência, graduou-se e fez pós em Administração, formou-se em Direito e se especializou nas áreas empresarial e tributária. Também fez curso de Política e Estratégia na Escola Superior de Guerra (ESG). Ao lado de amigos, abriu um escritório de advocacia que existe até hoje.
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Teve passagem pela diretoria da Associação Comercial e Industrial (ACI). Ainda realizou trabalhos voluntários, como estatutos para entidades. Hoje faz parte do conselho da mantenedora do Colégio Mauá. Integra o projeto Alegria e Esperança, da Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (Oase), com atendimento de 70 crianças. “Se não fiz mais é porque faltou tempo”, brinca. Casado e com dois filhos, formados em Administração e Direito, Jackisch pretende analisar convites para o ano que vem. “Uma coisa é certa. Vou querer mais tempo para viajar e pescar. Adoro conhecer novas culturas”, finaliza.
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Nascido no interior do Rio de Janeiro, Luiz Carlos Motta Nunes tem 42 anos. Trabalhou em diversas unidades da BRF pelo Brasil. Está em Santa Cruz do Sul desde 2010, dois anos após a compra da Excelsior pela Sadia. Na época, passou a desenvolver um trabalho conjunto com Jackisch. “Desde aquele momento, procuramos uma forma de trabalhar em que um pudesse ajudar o outro. Ele me auxiliou bastante no meu desenvolvimento, até para conhecer áreas com as quais eu não tinha contato na empresa”, sublinha.
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Em 2012, com a saída da BRF, Nunes decidiu permanecer na Excelsior, como funcionário. Desde então, trabalhou em todas as áreas da empresa. “Aprendi muito e pude agregar à empresa com as experiências anteriores que tive. Me transformei em Excelsior na veia. Minhas filhas são gaúchas. Eu já sou um gaúcho. Adotei todos os costumes. Sou muito feliz aqui”, relata.
Nunes cursou Economia na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói. Depois se especializou em Negócios Internacionais na FAE Business School durante os quatro anos em que morou em Curitiba, onde também foi docente na Universidade Positivo, nas disciplinas de Finanças e Gestão Comercial. Na Excelsior, pretende dar continuidade ao trabalho realizado nos últimos anos. “Queremos manter o crescimento, continuar fazendo os produtos que todos gostam. O fundamental é colocar um produto de qualidade na mesa dos gaúchos. É o grande objetivo do que fazemos”, conclui.
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