Após o encerramento da cerimônia, a comunidade lotou o novo espaço
A Feira Rural Central de Santa Cruz do Sul foi reinaugurada na tarde dessa sexta-feira, 28, em uma cerimônia que contou com a presença de diversas autoridades e líderes ligados ao setor agropecuário e à agricultura familiar, bem como representantes dos feirantes. O espaço, localizado na esquina da Travessa Vereador Walter Kern com a Rua Fernando Abott, foi totalmente remodelado tanto externa quanto internamente. Recebeu novas esquadrias, pintura e um sistema de climatização para garantir melhor conservação dos produtos.
“Antes de qualquer coisa quero agradecer ao pastor Leandro Ângelo, da Assembleia de Deus, que prontamente cedeu o espaço aqui em frente para que os feirantes pudessem continuar atendendo as pessoas perto de onde estavam acostumadas a vir”, disse a prefeita Helena Hermany ao iniciar seu discurso. Segundo ela, a data da inauguração foi escolhida tendo em vista a proximidade com o dia 25 de julho, que é tanto o Dia do Colono e Motorista como o Dia Internacional da Agricultura Familiar.
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Helena ressaltou ainda a importância do vale-feira, instituído pelo Executivo em março deste ano, para o incremento na renda dos feirantes. “O aumento médio nas vendas é de 60% – são R$ 370 mil mensais e R$ 4 milhões anuais circulando entre os pequenos produtores.” Além disso, segundo ela, trata-se de uma medida que visa manter os jovens no campo e oferecer a eles oportunidades para um futuro promissor.
“É um sentimento de muita gratidão que temos com a administração municipal e também com o deputado federal Marcelo Moraes (PL)”, afirmou o presidente da Associação Santa-Cruzense de Feirantes (Assafe), Carlos Waechter. Ele recordou que a ideia de reformar a Feira Rural Central surgiu a partir da destinação de uma emenda parlamentar de Moraes. “O espaço era bom, mas era aberto, então nós tínhamos dificuldades de produzir no interior, sob todas as regras de uma agroindústria, e depois vender aqui.”
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Marcelo Moraes foi convidado a discursar e criticou a Administração Municipal por ter perdido o prazo para apresentar o projeto e usar os R$ 400 mil destinados por ele via emenda parlamentar para a reforma da Feira Central. “Essa é uma fala muito difícil para mim, porque nós sabemos que essa obra não foi feita com os recursos da minha emenda.” Segundo ele, houve erros nos encaminhamentos técnicos que impossibilitaram a liberação da verba por parte do governo federal.
Em seguida, porém, o deputado elogiou a Prefeitura por ter feito as intervenções da mesma forma, com dinheiro do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), da Caixa Econômica Federal. “Temos o lado positivo, além da crítica, que é a possibilidade de os feirantes e a comunidade poderem usufruir dessa obra grandiosa.”
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O vice-prefeito Elstor Desbessell, que no período citado era também o secretário de Planejamento e Orçamento, respondeu a Moraes. Segundo ele, as dificuldades de elaboração foram muitas e o primeiro projeto encaminhado para licitação teria resultado em um ambiente semelhante a uma câmara fria. “Os feirantes foram ouvidos, bem como vereadores e o próprio deputado. Discutimos novamente o projeto para termos isso que estamos entregando hoje, uma feira climatizada, mas diferente do que se tinha pensado lá atrás.”
Elstor então convidou Moraes para, juntos, buscarem outras alternativas possíveis para a destinação da emenda, seja na reforma de outras feiras ou atividades distintas. “Poderíamos ter usado o discurso de que a obra não saiu porque a verba do deputado estava trancada, mas não, fizemos com outro recurso. Deixamos de lado a questão política e quem está saindo beneficiada é a comunidade.”
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Sem dúvida os mais ansiosos pela entrega do novo espaço, os feirantes não esconderam a satisfação e a alegria ao adentrarem a Feira Rural Central reformada. No espaço provisório em que estavam lotados antes as reclamações eram muitas, sobretudo pelo espaço reduzido para exposição dos produtos e circulação dos clientes. “Estávamos esperando com expectativa. Estamos todos muito entusiasmados, felizes e torcendo para que dê tudo certo nessa nova etapa”, afirmou a feirante Patrícia Nichterwitz.
Ao comentar a reforma, Patrícia deixou evidente o entusiasmo. “Está lindo, perfeito. Comparado ao que tínhamos, está maravilhoso!” Agricultor e feirante há 29 anos, Rogério Mayer entende que o novo prédio é um orgulho, mas também um compromisso de continuar atendendo a comunidade com a mesma qualidade. “O santa-cruzense merece alimentos naturais e frescos, produzidos com excelência pela nossa agricultura familiar”, salientou.
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Também presente no local, Sérgio Luiz Reis, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol e Herveiras, elogiou a iniciativa e parabenizou o poder público. “A resposta do consumidor com certeza será positiva. Um prédio remodelado como esse garante mais conforto para todos.” Ele reforça ainda a importância do sistema de climatização, que permitirá aos feirantes a venda de produtos colhidos no mesmo dia, independentemente da temperatura externa.
As intervenções envolveram o fechamento das laterais do pavilhão, forro, instalação de janelas e portas novas, reforma das 25 bancas, melhorias na área externa, no piso do pátio, na calçada do entorno e acessibilidade. Outro investimento foi na climatização, com a instalação dos condicionadores de ar que deixam o ambiente mais arejado e favorecem a qualidade dos legumes e verduras, sobretudo no verão. O investimento totalizou R$ 635 mil e foi realizado via Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) da Caixa Econômica Federal.
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A reinauguração do remodelado pavilhão que abriga, desde 1985, a Feira Rural Central de Santa Cruz do Sul na Rua Fernando Abott, tendo sido o primeiro erguido e destinado para essa finalidade, constituiu momento especial também para a ex-vereadora Sônia Marli Kessler Kist. Afinal, foi ela, em um de seus mandatos no Legislativo, quem propôs o projeto de lei que resultou na implantação das feiras rurais no município, em 23 de setembro de 1980.
Não por acaso, Sônia é carinhosamente chamada de “a mãe das feiras rurais”. Agora, num olhar para o passado, afirma estar feliz e realizada por sua proposição, até porque os pontos de venda de hortigranjeiros por produtores locais constituíram o primeiro grande projeto que ela liderou na Câmara. “Como vereadora por 12 anos, ver meu primeiro grande projeto se fortalecendo me proporciona imensa alegria e satisfação”, afirma. “Lutei muito para que se tornasse realidade. E valeu a pena.”
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Além de ter integrado o Legislativo por mais de uma década, entre 1976 e 1988, ela foi a primeira mulher a se eleger vereadora no município por seu partido, a Arena. Sônia também elogia o empenho da prefeita Helena Hermany em promover a revitalização e modernização do espaço da Feira Rural Central. “Isso valoriza o trabalho do homem do interior, facilitando a sua vida. Sabemos bem quanto de dedicação, de esforço e trabalho árduo, faça chuva ou faça sol, é exigido para produzir os alimentos que vão para a mesa da população.”
Conforme Sônia, o objetivo das feiras rurais, em seu projeto, foi aproximar o produtor do consumidor, tirando o atravessador e, com isso, contribuir para a fixação do homem no campo, dando-lhe oportunidade de valorização e de crescimento. “Nosso município merece, e muito, os benefícios das feiras! Na pessoa do presidente da Associação Santa-Cruzense dos Feirantes (Assafe), Carlos Waechter, parabenizo a sua diretoria e a todos que o antecederam ao longo desses mais de 40 anos.”
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Residente em Linha Santa Cruz, Sônia inclusive teve a alegria de ver surgir em seu próprio bairro uma Feira Rural, inaugurada em dezembro de 2021. Na ocasião, ela foi uma das primeiras clientes a prestigiarem o novo espaço de vendas.
Em relação à pioneira, na área central, cuja remodelação foi inaugurada nessa sexta-feira, ela faz questão de salientar a sensibilidade da gestão da prefeita Helena, ao proporcionar mais conforto a todos os que usufruem dos benefícios do local, produtores e consumidores que se acostumaram, por já quase 43 anos, a adquirir os produtos oferecidos. “É impossível não externar, como autora do projeto, meu orgulho e minha satisfação em ver que minha luta não só se tornou uma feliz realidade, como as feiras vêm crescendo a cada dia. Vida longa às feiras rurais!”
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