Como comprovação de que a arte proporciona uma experiência de liberdade possível, a próxima exposição da Casa das Artes Regina Simonis, em Santa Cruz do Sul, trará obras visuais de artistas e mulheres reclusas que abrangem experiências únicas e revelam a fragilidade e ecos da condição humana. Serão expostos 32 trabalhos, criados por 16 artistas de Santa Cruz do Sul e Vera Cruz, além de composições de cidadãs privadas de liberdade do Presídio Estadual Feminino de Rio Pardo.
A exposição Ímpares, coordenada pela escritora Marli Silveira, com curadoria da artista visual Juliane Mai, terá abertura nesta quinta-feira, 3, às 19h30, com entrada gratuita. A mostra tem como objetivo dar visibilidade às reclusas, trazendo suas expressões por meio da arte. Também visa permitir que tanto a comunidade quanto os artistas e as reclusas apreciem as obras e reflitam sobre os aspectos artísticos e sociais envolvidos.
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A mostra nasceu a partir de um projeto realizado por Marli desde 2012 com mulheres privadas de liberdade, no qual ela incentiva a leitura e a escrita por meio de atividades como saraus poéticos e oficinas de escrita. Inclusive, sua obra Cartas de liberdade, lançada em 2023, surgiu por meio da troca de correspondências com um rapaz detido no Presídio de São Borja.
A ideia da exposição surgiu no ano passado, quando 16 artistas visuais foram convidados a se somar ao esforço de dar visibilidade ao fenômeno do encarceramento. Assim nasceu Ímpares, que conta com pinturas, fotografias e esculturas que tratam sobre a condição da privação de liberdade, além de outras questões, como liberdade, feminilidade e maternidade.
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A exposição terá ainda pinturas, colagens e textos realizados pelas mulheres reclusas durante oficinas mediadas por Marli. “São obras de arte e da literatura que visam explicitar o fenômeno do encarceramento feminino na sua complexidade”, explica a coordenadora. O projeto permanecerá na Casa das Artes até o início de maio, mas a ideia é tornar a exposição itinerante em um momento oportuno.
A exposição Ímpares tem promoção da Associação Pró-Cultura de Santa Cruz do Sul, produção de Roberto Pohlmann, realização da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa e apoio de Bene Sole, Comissão de Cidadania e Direitos Humanos e Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A iniciativa está sendo viabilizada com recursos do Funcultura – Secult.
Escritora apresentará o livro Corpos ardidos
Além da exposição, a Casa das Artes receberá um evento extra no dia 12 de abril, às 16 horas, com o lançamento do livro Corpos ardidos, de Marli Silveira. Além disso, haverá um bate-papo com os artistas da exposição. Conforme Marli, a obra trata sobre o fenômeno do encarceramento. “É um ensaio filosófico que procura trazer implicações do testemunho para a questão da privação da liberdade feminina.” Na ocasião, cada exemplar será vendido por R$ 50,00.
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Artistas de Ímpares
- Dulce Helfer
- Eliana Baumhardt
- Elusa Borowski Morsch
- Gianne Vianna
- Isabel Goldmeyer
- José Arlei Cardoso
- Juliane Mai
- Magui Kampf
- Márcia Marostega
- Monique Arabites
- Regina Schneider
- Riele Kraether
- Santelmo
- Silvani Gassen Dal Forno
- Traudi Meurer
- Vanise Garlet
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