A filósofa e escritora alemã Hannah Arendt (1906-1975) acabou por se transformar em uma das personagens centrais do século 20. E isso ocorreu de forma paradoxal: não porque tivesse agido ou tomado decisão de cunho público ou privado capaz de mudar o curso da história. Ela apenas esteve ao lado de uma pessoa cuja influência determinou sua vida e sua obra: o também filósofo alemão Martin Heidegger (1990-1976).
Discípula e companheira de Heidegger, na condição de descendente de judeus Hannah passou a indagar as razões pelas quais o proeminente filósofo mantivera seu silêncio ou quase consentimento em relação ao avanço do nazismo. A “banalidade do mal”, conceito que cunhou para definir as atitudes e a aceitação em sociedade das agressões nazistas, é uma sombra a pairar sobre cada época e cada geração, e nem seria despropósito olhar para os tempos atuais, de pandemia, à luz dessa advertência.
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Essas indagações filosóficas, políticas e existenciais são recuperadas em nova biografia de Hannah, da professora sueca Ann Heberlein, obra que a Companhia das Letras está lançando no Brasil, em 256 páginas, a R$ 64,90. Arendt – Entre o amor e o mal: uma biografia resgata a formação da filósofa, sua relação com Heidegger e os questionamentos que posteriormente a transformaram em uma das autoras mais prestigiadas do século 20.
Com a cobertura do julgamento de um dos principais líderes nazistas, sintetizada no livro Eichmann em Jerusalém, legou uma obra definitiva para a posteridade, a requerer leitura continuada.
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