Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

ALERTA

Notícias falsas são um risco para a vacinação contra o coronavírus

Foto: Lula Helfer

Com os recentes movimentos feitos pelo governo federal e pelos Estados para a compra de doses das vacinas contra a Covid-19, uma situação que ocorre já há alguns anos e tem se intensificado no Brasil e no mundo está chamando a atenção dos especialistas: os movimentos contrários à vacinação. A preocupação é de que a população inclusa nos grupos de risco acabe optando por não se imunizar, tornando a cobertura menor e, consequentemente, permanecendo com risco de contaminação pelo novo coronavírus.

Em uma videoconferência realizada recentemente, o médico Dráuzio Varella demonstrou apreensão com o compartilhamento de notícias falsas, as chamadas fake news, e com o impacto que elas já causam no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e podem causar nas campanhas de vacinação contra a Covid-19. “A nossa mensagem para aqueles que estão nos grupos de risco tem que ser clara: tem que tomar a vacina. Porque se eles não tomarem, estarão colaborando para manter a infecção por mais tempo”, afirmou.

LEIA MAIS: Cientistas veem desestímulo à população em falas de Bolsonaro sobre vacinas

Publicidade


Outra preocupação relatada pelo médico se refere à necessidade de a população manter os cuidados de distanciamento social, higiene das mãos e uso de máscara, considerando que as campanhas de vacinação, quando aprovadas e iniciadas, devem se estender por um longo período, divididas em vários grupos.

“Nós (o Brasil) não teremos vacina para todo mundo, ninguém vai ter, só os países pequenos”, destacou. “Vamos conviver com esse vírus, e é pra isso que as pessoas têm que se preparar. O ano de 2021 não vai ser diferente de 2020. Se tudo correr bem nós teremos menos mortes, mas o vírus ainda estará circulando. A vacina não será a salvação, ela só vai reduzir o número de transmissões, de uma forma gradual e lenta.”

LEIA MAIS:
Vacina contra a Covid-19 pode proteger, mas não garante normalidade
Vacinas poderão controlar a Covid-19, mas não acabarão com a circulação do vírus, diz diretor do Butantan

Publicidade

Ainda que tenha no PNI um dos programas de vacinação em massa de maior sucesso no Mundo, o Brasil vem registrando queda nos índices nos últimos anos, situação que deixa em alerta o Ministério da Saúde. Conforme os dados do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), a cobertura vacinal registra queda contínua desde 2015.

Das 15 vacinas que integram o cronograma infantil, a metade não bate as metas há cinco anos. Entre os motivos apontados pelo ministério para essa redução está a disseminação de notícias falsas e a impressão equivocada de que algumas doenças não existem mais.

LEIA MAIS: Vacinação contra Covid-19 pode começar em fevereiro, diz Pazuello

Publicidade

Médico destaca importância da imunização

Uma das referências no Vale do Rio Pardo no que se refere à Covid-19, o médico infectologista Marcelo Carneiro lembra que a disseminação de notícias falsas e a descrença da sociedade em relação às vacinas não é uma novidade, existem inúmeros episódios semelhantes na história do Brasil. “Isso atrapalhou e muito a cobertura vacinal, gerando inclusive óbitos de pessoas que não aceitaram a vacinação”, afirma.

Quanto aos riscos, Carneiro reforça a importância de a população confiar na ciência. “As pessoas têm que acreditar que ao adquirir um vírus selvagem, que está no ambiente, o risco de desenvolver doença grave é muito maior do que no caso de um vírus atenuado que está na vacina”, salienta. “Isso já acontece com a poliomielite, com o sarampo, com a febre amarela e precisa ser destacado.”

LEIA MAIS: Um em cada quatro brasileiros cogita não tomar a vacina, mostra pesquisa

Publicidade

Carneiro acredita que as campanhas de vacinação são importantes, ainda que seu impacto e eficiência estejam reduzidos nos últimos anos. “As pessoas estão muito politizadas e alienadas em alguns momentos, as campanhas têm surtido pouco efeito”, frisa.

A exemplo de Dráuzio, Carneiro também alerta sobre as limitações da imunização e a necessidade de a população manter os cuidados. “A vacinação não será oferecida a todas as pessoas, ou seja, ainda teremos situações de necessidade de atendimento, alguns que não receberam vacina ficarão doentes. Mesmo as pessoas que estão vacinadas precisam continuar se cuidando”, completa.

LEIA MAIS: ACOMPANHE A COBERTURA COMPLETA SOBRE O CORONAVÍRUS

Publicidade

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.