As galochas sujas de barro ao lado das mesas dizem muito sobre o que aconteceu nos últimos dias na Redação Integrada da Gazeta Grupo de Comunicações. Desde a última segunda-feira, quando a chuva elevou o nível do Rio Pardinho e atingiu casas no Bairro Várzea, em Santa Cruz, todas as equipes se mantiveram mobilizadas para mostrar o que aconteceu e antecipar informações que podem fazer a diferença na vida de uma ou de centenas de pessoas. Por aqui, a situação, até o momento, se manteve sob controle.
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Diferente foi o que se viu na região de Mariante, em Venâncio Aires. Lá, as famílias voltaram a vivenciar o flagelo das águas. A jornalista Caroline Garske trouxe, entre tantas histórias, o sentimento de um avô que viu os bichinhos que prometera cuidar para a neta serem levados pela correnteza. Foram-se os animais, mas também foi junto um pouco de esperança para aquela família.
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Quilômetros adiante, no Vale do Taquari, as equipes de reportagem viram de perto, com os pés cobertos de lama, a devastação causada pela enchente. Lajeado, Estrela, Muçum e Roca Sales foram os locais mais atingidos. Em meio à impotência diante da força da natureza, fotos, vídeos, textos e boletins veiculados na Gazeta do Sul, no Portal Gaz e na Rádio Gazeta FM 107,9 deram a dimensão do que aconteceu.
Não restam dúvidas de que a isenção e a impessoalidade devem fazer parte do trabalho jornalístico. Mas também não se deve esquecer que por trás da notícia existem pessoas, e pessoas têm sentimentos.
Após retornarem para a redação, colegas compartilharam o que sentiram ao ouvir relatos de filhos que perderam pais ou o sofrimento de comerciantes, jovens e idosos sem saber como e por onde recomeçar. Quem acompanhou os noticiários de TV também viu repórteres com olhos marejados diante do cenário desolador.
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Isso é jornalismo. É, talvez, o mais puro jornalismo porque é feito com a combinação entre aspectos técnicos, mas também com empatia. Naturalmente, não vai faltar quem julgue a dimensão do trabalho realizado, classificando de exagero ou sensacionalismo. Mas não é. Pela proporção de tudo o que aconteceu, não haveria necessidade de reforçar qualquer tipo de abordagem. A situação, por si, foi grave. Quem não se comove com a dor dos vizinhos do Vale do Taquari talvez precise rever seus conceitos.
Da mesma forma, foi a partir dos veículos de comunicação que as campanhas voltadas a ajudar as vítimas da enchente ganharam visibilidade. Se de um lado se tem a tragédia, do outro a esperança renasce a partir do esforço alheio para amenizar a dor do desconhecido. E esta, possivelmente, é a lição que fica diante de tudo o que aconteceu. Se você, leitor, ainda não ajudou, aproveite esta semana e busque um ponto de coleta para fazer a sua parte.
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