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Nossas riquezas ainda mal vendidas

Bastam passeios não muito distantes por municípios do Vale do Rio Pardo para notarmos a enorme riqueza turística existente, tanto natural como cultural, histórica, patrimonial, gastronômica, religiosa e de diversidade econômica, entre outros aspectos. Mas, ao mesmo tempo, visitas a cidades de outras regiões já reconhecidas por suas potencialidades – não raras vezes bem menos interessantes e importantes que as nossas – nos fazem dar conta que ainda precisamos evoluir muito para “vender nosso peixe”. Apesar dos avanços em alguns aspectos nos últimos anos por aqui, ainda observa-se a falta da cultura entre os moradores de valorizar os símbolos locais.

Pequenas cidades litorâneas, que muitas vezes não têm muito mais que as praias para oferecer turisticamente, são exemplares em autopromoverem as suas atrações. Hotéis, pousadas, restaurantes e outros pontos contam em seus corredores e aposentos com quadros com pinturas e fotos de aspectos locais. Em qualquer loja de utilidades e lembranças, ou com vendedores ambulantes, há variedade de camisetas, panos de prato e outras peças com desenhos e pinturas de pontos turísticos, assim como o artesanato explora muito bem as referências locais. Prédios históricos são incorporados ao cotidiano sob diversas formas, desde espaços de venda de artesanato, de gastronomia, eventos culturais e lojas, entre outras maneiras.

Há algumas boas iniciativas na região como forma de a comunidade valorizar as riquezas existentes, como a criação dos calendários de mesa com imagens dos municípios, como Sinimbu e Vale do Sol. E neste sentido é louvável a parceria da Associação Pró-Cultura de Santa Cruz do Sul, mantenedora da Casa das Artes Regina Simonis, em parceria com a Gazeta do Sul, com a criação da série Desenha Santa Cruz, onde artistas descortinam um olhar impressivo sobre a cidade. É uma bela forma para as pessoas redescobrirem as riquezas locais ao observarem os trabalhos sob o ponto de vista dos artistas.

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Outro aspecto importante é o enorme potencial arquitetônico na região, com muitos prédios históricos e outros bens ameaçados de desaparecimento. Há por parte de algumas pessoas o conceito errôneo de que desenvolvimento é destruir o patrimônio do passado e construir prédios modernos. Ou arrancar calçamento de granito e colocar asfalto. Muitos com este pensamento vão para a Europa e outros países para visitar museus, igrejas e castelos, entre outros bens históricos. Ao mesmo tempo, desvalorizam o potencial local, não raras vezes por desconhecimento do seu significado.

Passado e presente podem perfeitamente andar juntos e, assim, contribuírem para dar visibilidade aos diferenciais de uma cidade, com retorno econômico se bem administrados e explorados, com atrações para o turismo. Paralelo ao trabalho de organização e divulgação existente por parte das entidades ligadas ao turismo na região, iniciativas simples podem contribuir para impulsionar o setor. Como exemplo, com a regra das placas de veículos no padrão Mercosul, sem identificar a cidade de emplacamento, que tal mostrar o orgulho do seu município com um pequeno adesivo no vidro com um símbolo turístico ou festa local? Da mesma forma, existem muitas outras formas para auxiliar na divulgação das nossas riquezas.

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otto_tesche

Repórter, editor e coordenador de conteúdo na empresa Gazeta do Sul. Trabalhou como correspondente na região do Vale do Rio Pardo na empresa Correio do Povo. Estudou Desenvolvimento Regional - Ênfase Sociocultural na instituição de ensino Unisc – Santa Cruz do Sul/RS. Estudou Jornalismo na instituição de ensino Unisinos – São Leopoldo/RS. Mora em Santa Cruz do Sul, mas é natural de Três De Maio, Rio Grande Do Sul, Brazil.

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