Chegamos a um final de semana atípico. Neste sábado, 31, temos o derradeiro dia de 2022, ainda com um pé neste ano igualmente tão incomum que nos foi dado viver. No domingo, estaremos em 1º de janeiro, e, portanto, adentrados em 2023, este que tanto ensejamos venha a ser um novo tempo, um novo ciclo, no qual possamos estar renovados de energia e de ânimo para cumprir os inadiáveis e indispensáveis compromissos de reconstrução.
Reconstrução de quê? De uma harmonia na rotina social, de um apaziguamento dos espíritos, de estrutura em educação, saúde, espaços públicos e, mais do que tudo, nas instituições oficiais e privadas, que nos deem guarida nas necessidades individuais e coletivas e resguardo ao nosso merecido bem-estar. É bastante, sem dúvida, o que se elenca e enumera. E é bastante, efetivamente, o que nos cumpre realizar.
De certo modo, vindos de uma pandemia (vindos? A recorrência de casos de Covid-19 nestes últimos dias de 2022 deve nos deixar apreensivos com a saúde ao longo do veraneio), temos muita coisa a recolocar nos eixos, e isso em ambientes doméstico, empresarial, organizacional e institucional. A pandemia em si já é uma evidência, escancarada para dentro da rotina de cada um de nós, da terrível saturação de nosso estilo de vida contemporâneo e do desequilíbrio que temos provocado sobre o meio ambiente, e isso em cada pequeno recanto do planeta.
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Desequilíbrio parece mesmo ser a síntese desses tempos. De que outra forma conceituar, definir tanto destempero e tanta polarização, manifestada sobre quase tudo e nas mais inusitadas e inesperadas situações do cotidiano. E em nome de quê? Esse ambiente conflagrado, agressivo, grenalizado (que por si só já denuncia a falta de autocontrole, logo, de discernimento para enxergar o mundo à volta com lucidez, clareza, senso crítico), revela que estamos adoentados.
E, estando adoentados, desequilibrados, enxergamos inimigos e ameaças em tudo, o tempo todo. Mas essa ameaça, esse inimigo, não está fora, está dentro de nós, com nossos preconceitos e nossas ideologias, que movem e mobilizam nossas próprias emoções.
Não precisamos de inimigos e de ameaças. Uma vida, uma geração inteira, não pode ser desperdiçada com inimigos e ameaças, até porque o tempo urge, e todos certamente têm pressa de viver bem, com saúde, paz e harmonia. Todos. Essa jamais vai ser tarefa de uns, de alguns. Ela é coletiva, de todos; logo, de cada um. Precisamos, em cada cidade, de amigos, colaboradores, parceiros, gente disposta, confiante e confiável, gente empenhada e comprometida.
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Em 2023, será hora de reparar se é mesmo para esse tipo de ambiente que estamos colaborando, porque é deste tipo de cidadão que precisaremos, em cada organização, para seguir a trilha do progresso, do desenvolvimento, da harmonia pessoal e coletiva. Bom último dia de 2022! Feliz primeiro dia de 2023!
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