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FORA DE PAUTA

Nos palcos do teatro surge uma profissão

Lembro com muito carinho da Escola Imaculada Conceição, onde concluí minha caminhada no Ensino Fundamental e Médio. Apesar de a escola não existir mais em Cachoeira do Sul, com o início do ano letivo escolar algumas recordações vieram à minha mente, sobretudo os tantos momentos que vivi por lá.

E assim como as lembranças, também ficaram os ensinamentos e os primeiros passos na minha escolha profissional. E aqui, não poderia deixar de lembrar dos inesquecíveis e importantes momentos no grupo de teatro da escola. Foram várias apresentações no auditório da instituição e tantas outras na Sociedade Rio Branco, principal clube social da cidade.

Tive a honra de participar desses momentos únicos e de grande representatividade. Os ensaios antecediam as apresentações. Era possível sentir a responsabilidade e a seriedade da escola em oferecer à comunidade um espetáculo que realmente emocionasse. Pude integrar esses espetáculos desde muito cedo.

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Antes de cada apresentação, havia uma preparação que se iniciava cedo. Ela começava com a escolha das músicas pelos professores para, depois, formularem as coreografias até a pesquisa da temática para a composição dos textos e o ensaio dos músicos que ora dariam o tom do espetáculo.

Os bastidores exalavam alegria e satisfação. E, ali, não eram só alunos. Eram profissionais com uma meta a cumprir. Afinal, depois de muito ensaio, a sensação de dar tudo certo era compensadora. Lembro de um momento em especial. Uma apresentação em que declamei um texto.

A fala tinha um tom extremamente técnico. Era preciso concentração para que a memória fizesse a parte dela e, assim, pudesse exclamá-lo com a entonação que merecia, além de entregá-lo com clareza ao público espectador.

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Sim, o auditório ficava lotado. Isso aumentava a responsabilidade por detrás das cortinas. Os professores eram incansáveis em tornar o momento especial. Eles tinham a árdua tarefa de formar os alunos e convidá-los a amar a arte.

De quebra, tinham o compromisso de entregar à comunidade escolar os resultados. Subir ao palco sempre foi uma responsabilidade. O famoso frio na barriga, a entrega à arte e o amor pelo teatro eram elementos constantes.

Cheguei até a pensar na área como um ofício para um futuro profissional que ora se avizinhava. Aprendi muito com o setor cultural da Escola Imaculada Conceição. O teatro sempre foi o meu chão, embora tenha percorrido outras áreas, como a dança e o canto. A escola proporcionava todas as opções. Cheguei a dançar jazz, participei do coral, mas foi o teatro que despertou em mim a melhor versão que poderia ter naquela época.

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A comunicação veio a reboque. Já no último ano do Ensino Médio, era a hora de fazer escolhas e de decidir o futuro profissional. E através do teatro percebi o quanto a comunicação me movia. Hoje, percebo que para além do papel da escola em formar cidadãos providos de conhecimentos, a formação cultural é extraordinária. Obrigada, Escola Imaculada Conceição!

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