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COLONO E MOTORISTA

No táxi desde 1995: uma profissão que passou de pai para filho

Foto: Alencar da Rosa

Em seu tradicional ponto, Clavio Franke posa ao lado de seu 12o companheiro de trabalho; no detalhe, foto semelhante registrada com o primeiro carro

A família de Clavio Franke integra um grande grupo de pessoas que deixa o interior e vai para a cidade, em busca de melhores oportunidades. Eles plantavam tabaco, mas viram uma reviravolta fazer com que o pai assumisse o volante de um táxi. Fez história e ponto fixo, na esquina da Avenida Independência com a Rua Oscar Hugo Martin.

É nesse lugar que ele pode ser encontrado. Antes disso, sua vida já estava atrelada à função de motorista. Dirigia caminhão, em pequenas viagens pela região, e trabalhou para pessoas que tinham táxis na região central. A passagem do bastão, ou do volante, foi em 1995. Assumiu um Kadett com a responsabilidade de manter a clientela, além de garantir o sustento da sua casa.

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Casado e pai de três filhos, nenhum deles com a ideia de seguir os seus passos no transporte de passageiros, Franke viu os hábitos dos clientes mudarem. Atualmente, faz entre 2,5 mil e 3 mil quilômetros por mês, bem menos do que em outras épocas, quando opções como os aplicativos não existiam. Ainda assim, aposentado, vê na profissão uma maneira de reforçar o orçamento familiar. “Reduziu bastante, mas ainda dá para manter”, frisa.

Desde o Kadett, ele já teve 12 carros, mas manteve o ponto. “Aqui, eles me ligam e nem precisam dizer a rua, já sei quem são as pessoas e onde moram”, conta. Assim tem feito com uma clientela praticamente fixa e que tem confiança de que será bem atendida.

O método antigo de contato

Enquanto muita gente passou a acionar o transporte por meio do aplicativo, em celulares, a clientela de Franke mantém o hábito de ligar ou chegar no ponto do taxista. Alguns vão de ônibus do interior até o Germânia e de táxi a partir dali. E claro que isso é reflexo de confiança.

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A forma como trata os passageiros e a relação construída com eles fazem com que continue sendo a opção, além de garantir que sempre tenha vontade de seguir trabalhando. Nos domingos, quando poderia ficar em casa, o pai de família, aos 67 anos, vai para o ponto. “Não consigo ficar muito tempo parado. Sou obrigado a vir para cá, mesmo que não tenha movimento”, enfatiza.

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Assim, ele viu o bairro desenvolver-se, com a ampliação do número de casas onde era apenas campo, terrenos ganharem muros para aumentar a segurança e o público e o comércio aumentarem. Continuam, no entanto, as corridas com horas marcadas, a tradição de levar crianças em compromissos aonde os pais não conseguem ir por motivo de trabalho e pessoas de mais idade, que não conseguem caminhar em longas distâncias.

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“Gosto do que faço”

Em tantos anos de profissão, são contatos e histórias que ficam na memória de Clavio Franke. Ele, com muita ética, não os conta para ninguém; apenas usa para reforçar a ideia de que, se tivesse a oportunidade de escolher novamente, seguiria no volante de um táxi. “Eu faria o mesmo, porque gosto do que faço”, afirma.

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Expediente

Edição
: Dejair Machado ([email protected])
Textos: Dejair Machado, Marcio Souza, Marisa Lorenzoni e Romar Beling
Diagramação: Rodrigo Sperb

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