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No supermercado, mais de 100 produtos vêm de agroindústrias locais

Quem pensa que apenas verduras e hortaliças vendidas nos supermercados saem das agroindústrias locais se engana. São cortes de carnes, embutidos, massas, doces, frutas e verduras que, juntos, somam mais de cem itens nas prateleiras, à disposição do consumidor. Além de representarem uma força de produção regional, a venda facilitada ao consumidor viabiliza o acesso a produtos de qualidade reconhecida e monitorada. Durante a pandemia, enquanto vários segmentos reduziram a demanda, o agronegócio e a agricultura familiar ampliaram os seus mercados.

Lorimar José Müller é comprador de hortifrúti da rede de supermercados Miller, de Santa Cruz do Sul. De acordo com ele, atualmente mais de cem produtos do catálogo da empresa vêm diretamente do agronegócio regional. “A rotatividade de entregas também é alta. A cada 48 horas, recebemos caminhões com parte desses produtos.”

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Nos supermercados de Santa Cruz do Sul é possível encontrar mais de cem produtos vindos de empresas da região, de cortes de carne e embutidos a massas, doces e frutas | Foto: Rodrigo Nascimento

Müller conta que a empresa investe também na qualidade das mercadorias. Por isso, ao longo dos anos, qualificou a produção, com investimentos diretos nas propriedades. “Produtores que não tinham a estrutura necessária foram auxiliados no passado, e, com isso, passaram a ser nossos fornecedores fixos”, salientou o comprador.

O coordenador da Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (Efasc), João Paulo Reis Costa, revela que esta característica – da compra certa – com fornecimento direto a supermercados, feiras ou outros pontos de venda fortalece a produção primária, ampliando os horizontes das agroindústrias da região. “Nós temos mais de 150 agroindústrias no Vale do Rio Pardo. Podemos pensar que são centenas de produtos comercializados, disponíveis aos consumidores da região.”

Costa explica que, além das gôndolas de supermercados, os produtores da região encontram terreno fértil para os bons negócios na atuação de cooperativas. “Na região temos seis cooperativas, algumas com poder para fornecer produtos para grandes redes de supermercados, por conta do grande volume de produção local e da representatividade comercial”, apontou o coordenador da Efasc.

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Por causa da validade, venda de hortifrúti nos mercados dá prioridade à produção local | Foto: Rodrigo Nascimento

VENDA SEGMENTADA

Se comercializar em supermercados e por meio da atuação de grandes cooperativas mostram-se alternativas interessantes ao produtor, os jovens rurais encontram outros meios.

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A venda de produtos segmentados, como a de orgânicos, tem clientela reservada e 13 feiras dedicadas à oferta desses alimentos. “Existe todo um cuidado com a alimentação, especialmente com relação à origem. Quanto mais perto o produto, mais fácil de se ter o controle sobre ele”, observa o coordenador da Efasc, João Paulo Reis Costa.

Já com relação ao jovem do campo, João Paulo explica que muitos alunos da Escola Família Agrícola sinalizam para o uso de meios digitais na venda dos produtos, entregando na casa do cliente. “Nossos alunos estão conectados a outras formas de venda e de divulgação, que durante a pandemia se mostraram muito eficientes. Esse setor não parou; pelo contrário, ampliou a comercialização e as formas de atendimento ao consumidor”, ressalta.

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João Paulo Reis Costa: alunos estão conectados a outras formas de venda | Foto: Rodrigo Assmann

De Santa Cruz para todo o Brasil

Além de fornecer mercadorias para feiras e supermercados, as propriedades e as agroindústrias de Santa Cruz do Sul comercializam até para fora do Rio Grande do Sul. O cadastro da Secretaria Municipal de Agricultura revela que são 19 as agroindústrias de origem animal registradas no Serviço de Inspeção Municipal (SIM). Destas, cinco já são credenciadas ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA), que possibilita às empresas que aderem ao sistema vender seus produtos em todo o território brasileiro.

O secretário municipal de Agricultura, Tiago Hoelzel Staub, explica que a adesão se inicia pelo interesse das agroindústrias registradas no SIM em expandir suas vendas além do comércio local, a partir de solicitação formal. “Com isso, sob a orientação da inspeção municipal, a empresa faz as adequações de procedimentos de inspeção, de documentação e construção dos programas de trabalho.”

Segundo Staub, concluída a adequação e atendidas todas as etapas, a empresa passa a ser habilitada ao serviço de equivalência nacional, para comercialização em qualquer parte do território nacional.

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