A Chapecoense pôde enfim comemorar o título da Copa Sul-Americana. Exatas sete semanas depois do funeral das vítimas da tragédia aérea com a delegação da equipe, na Colômbia, a Arena Condá voltou a ficar cheia neste sábado, desta vez por um motivo mais feliz. Os sobreviventes receberam a taça, os familiares dos falecidos ganharam medalhas e a torcida gritou “é campeão”.
Antes do amistoso com o Palmeiras, o primeiro jogo depois da tragédia, o clube organizou uma cerimônia de homenagem às vítimas. Um dos pontos altos foi a entrada em campo dos três jogadores sobreviventes da queda do avião da LaMia em Medellín, na Colômbia. O goleiro Follmann recebeu autorização especial para deixar o hospital onde segue internado e entrar em campo com cadeira de rodas, acompanhado pelo zagueiro Neto e pelo lateral-esquerdo Alan Ruschel.
A cerimônia teve a exibição de vídeos de homenagem aos antigos componentes da equipe e da comissão técnica que estavam entre os 71 mortos no acidente. Em campo, os presidentes da Chapecoense, Plínio David de Nês Filho, e do Palmeiras, Maurício Galiotte, junto com o prefeito da cidade catarinense, Luciano Boligon, receberam os homenageados e conduziram o ritual de premiação.
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As viúvas e parentes dos jogadores mortos demonstraram emoção ao receberem as medalhas. Na sequência, a torcida foi apresentada aos novos atletas, em uma espécie de ato de transição do passado doloroso para o futuro, que traz a esperança da disputa da primeira Copa Libertadores da história da Chapecoense. Mais de 20 atletas foram contratados para repor a morte de 19 integrantes do elenco de 2016.
A cidade de Chapecó amanheceu em ambiente à altura da definição do amistoso, chamado de “Jogo da Amizade”. O estádio sem divisão de torcidas se estendeu pelas ruas, onde camisas dos dois time conviveram pacificamente. Para realçar o alviverde, alguns foram à Arena Condá com o uniforme do Atlético Nacional, clube colombiano que seria o adversário da Chapecoense na final da Sul-Americana.
O alambrado decorado com dobraduras japonesas, faixas com mensagens de apoio e bandeiras da Colômbia marcavam a paisagem. A diretoria distribuiu 10 mil escudos do clube e 10 mil estrelas de papel para compor o cenário. O departamento de marketing, junto com uma torcida organizada, elaborou um novo mosaico.
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O JOGO
Apesar de toda a torcida a favor da Chapecoense, foi do Palmeiras o primeiro gol da partida. Ainda aos 11 minutos, o estreante Raphael Veiga, de 21 anos, completou com um chute rasteiro o cruzamento de Egídio.
Pouco depois, aos 14 minutos, foi a vez do zagueiro Douglas Grolli aproveitar sobra na área depois de cruzamento para mandar para as redes e igualar o placar. O defensor era, possivelmente, o nome mais adequado para marcar o primeiro gol da “nova” Chapecoense, pois voltou neste ano ao clube catarinense, onde foi revelado, para auxiliar na sua reconstrução.
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A partida foi mais equilibrada do que se previa. O atual campeão brasileiro, o Palmeiras, mostrava o entrosamento que a remontada Chapecoense não tinha, mas sofreu além do esperado. A equipe da casa, bem posicionada, chegava com força pelo lado esquerdo. A virada quase veio, mas o gol de Wellington Paulista acabou anulado por impedimento.
O segundo gol dos catarinenses não demorou. Logo depois do intervalo, com o Palmeiras ainda desarrumado depois de oito substituições no intervalo, a Chapecoense fez 2 a 1. Reinaldo cruzou para o volante Amaral, justamente emprestado pelo clube paulista, cabecear no contrapé de Jailson.
O amistoso caiu de nível na segunda etapa pelo grande volume de substituições. Foram 22 trocas ao longo do jogo. A partida seguiu sem grandes emoções salvo um chance perdida por Érik ao tentar driblar o goleiro e a homenagem no 71º minuto de jogo. Em memória dos 71 mortos na tragédia aérea, o jogo parou por um minuto no 26º da etapa final para a exibição de um vídeo nos telões, acompanhada por palmas e pelo canto “Vamos, vamos, Chape”.
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Logo depois o jovem palmeirense Vitinho, que tem se destacado nos treinos, premiou os torcedores com um lindo gol para deixar o placar empatado em 2 a 2, aos 33 minutos da etapa final. O meia recebeu na entrada da área, tirou do zagueiro e chutou com curva, no ângulo.
Perdeu o primeiro gol da Chape na reconstrução. Então confira:
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FICHA TÉCNICA
CHAPECOENSE 2 x 2 PALMEIRAS
Data: 21 de janeiro de 2017
Local: Arena Condá – Chapecó
CHAPECOENSE – Arthur Moraes (Elias); João Pedro (Zeballos), Douglas Grolli (Nathan), Fabrício Bruno (Luiz Otávio) e Reinaldo (Diego Renan); Amaral (Luiz Antônio), Andrei Girotto (Moisés Gaúcho) e Nenén (Dodô e depois Martinuccio); Rossi (Osman e depois Nadson), Niltinho (Arthur) e Wellington Paulista (Túlio de Melo). Técnico: Vágner Mancini.
PALMEIRAS – Fernando Prass (Jailson); Jean (Fabiano), Thiago Martins, Antônio Carlos (Maílton) e Egídio; Felipe Melo (Thiago Santos); Róger Guedes (Hyoran), Tchê Tchê (Arouca), Raphael Veiga (Vitinho) e Dudu (Keno); Alecsandro (Dudu). Técnico: Eduardo Baptista.
GOLS – Raphael Veiga, aos 11, e Douglas Grolli, aos 14 minutos do primeiro tempo. Amaral, a 1 minuto, Vitinho, aos 33 minutos do segundo tempo
ÁRBITRO – Heber Roberto Lopes (SC).
CARTÕES AMARELOS – Wellington Paulista (Chapecoense) e Róger Guedes (Palmeiras).
RENDA – R$ 852.415,00.
PÚBLICO – 14.898 (total).
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