A Polícia Civil mantém em andamento as investigações sobre a morte da santa-cruzense Joseane Kipper Roesch, de 29 anos, baleada no abdômen com um tiro de espingarda calibre 20 na noite do último sábado, 30. O delegado Róbinson Palomínio afirmou que busca preencher as lacunas sobre as versões relatadas pelos presentes na residência onde o fato aconteceu, em uma propriedade rural na localidade de Palma, interior de Encruzilhada do Sul.
“Estamos investigando com bastante cautela, e queremos evitar antecipar qualquer conclusão”, salientou. Contudo, para Palomínio, algumas evidências já estão claras. “No mínimo ocorreu uma negligência por parte do caseiro, de deixar uma arma municiada, a pronto emprego, apontada para uma outra direção. A arma não pode estar carregada dentro de casa, muito menos a pronto emprego, destravada”, enfatizou o chefe da Delegacia de Polícia (DP) de Encruzilhada do Sul.
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O delegado refere-se à versão das testemunhas. O caso em questão aconteceu por volta das 22h40 de sábado. Joseane e seu marido, que residiam em Santa Cruz, foram convidados pelo caseiro da propriedade rural para passar a noite no local. O plano dos dois homens era caçar javali na manhã seguinte. A arma envolvida no fato, uma espingarda Boito calibre 20, que é registrada em nome do caseiro, estava carregada e apoiada contra uma parede da residência.
Em determinado momento, segundo os relatos, ela teria caído e disparado acidentalmente. O projétil atingiu a mulher no abdômen. O seu marido, de 33 anos, imediatamente levou-a ao hospital. No entanto, Joseane não resistiu aos ferimentos e morreu antes de chegar à unidade de saúde. Tanto o santa-cruzense quanto o caseiro prestaram depoimentos. Ambos foram liberados e a espingarda foi apreendida.
À Gazeta do Sul, Palomínio revelou mais detalhes da dinâmica apurada até o momento. “As companheiras dos dois homens estavam na cozinha, e eles na sala. Em um momento, a vítima saiu da cozinha na direção da sala. Na versão do caseiro, a arma que estava escorada teria caído, batido em um banco, e ele teria tentado até pegá-la, mas não conseguiu e ocorreu o disparo”, detalhou o delegado.
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Joseane estava perto de uma geladeira quando foi atingida. “Só quem viu o fato foi o caseiro e a própria vítima, pois o companheiro desta afirmou estar de costas naquele momento, mais para o lado, e só olhou quando ocorreu o tiro”, complementou o delegado. Segundo ele, foram realizadas medições onde a mulher foi atingida e o lugar no qual a arma acabou caindo. A espingarda apreendida já foi remetida à perícia.
Ela passará por análise para verificar se pode disparar de forma acidental, como dito em depoimento. “Existe a possibilidade de ser esse acidente relatado, mas também existe a chance de não ser assim. Praticamente estamos descartando a possibilidade de ser um tiro intencional, mas pode que ele, no susto para não deixar a arma cair, tenha mexido no gatilho. Precisamos exaurir todas as possibilidades antes de concluir”, ressaltou Palomínio.
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