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No limite

Quais são os limites sociais e políticos negativos suportáveis de uma nação? O que machuca mais um povo: a espoliação tributária? A corrupção? As injustiças sociais? Os níveis de criminalidade? Ou o deboche das autoridades?

Essas hipóteses não são privilégio da época presente, nem marca exclusiva dos governos petistas. É sina brasileira, quase uma maldição. Somadas ou alternadas, se repetem em diferentes ciclos, independentes de governos, representantes e partidos.

Claro que o povo contribui para esses fatos ao (re)conduzir eleitoralmente populistas e messiânicas figuras aos níveis governamentais e representativos.

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Historicamente, episódios não nos faltam. Nem nomes. Mas, concentremo-nos no deboche das autoridades.

A própria Justiça, que deveria ser exemplar, contribui com atos e fatos que extrapolam o deboche e humilham a nação. Mordomias, nepotismo, abusos de poder, aposentadorias precoces e compulsórias (para agentes judiciais flagrados em delito), entre outros casos.

O Poder Executivo, embora o mais vigiado de todos (e, portanto, mais flagrado em delitos), afinal, é o detentor e guardião (?) do maior volume de recursos público-financeiros, não cansa de contribuir com maus exemplos que desmoralizam as autoridades e desanimam o cidadão e contribuinte bem informado. 

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No rol de escândalos, contribui na proporção dos níveis de intervenção estatal na economia e na vida das pessoas. Finge não saber que quanto maior a intervenção, maior a corrupção e o desperdício. A pretexto de um ufanismo e nacionalismo de museu, somos seus reféns históricos.

Felizmente, a imprensa (e alguns setores do Judiciário) não tardam em denunciar e desfazer os castelos de cartas e elucidar os truques baratos dos mágicos de ocasião. Assim como já se fizera com outros e anteriores governos e personalidades.  

Atos que se configuram como deboches são bem piores que a espoliação tributária, a corrupção, as injustiças e a criminalidade. O deboche de governantes e demais representantes do estado “quebra a espinha dorsal” da nação e esvazia, paulatinamente, a esperança coletiva. 

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Chico Buarque, que outrora cantava e denunciava, mas hoje, infelizmente, não canta mais, nem sei por quê (ou sei?). Dizia:

“Num tempo, página infeliz da nossa história, passagem desbotada na memória das nossas novas gerações, dormia a nossa pátria mãe tão distraída sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações.”

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