As reduções no preço da gasolina nas refinarias anunciadas pela Petrobras em outubro e novembro enfim se refletiram no comportamento do combustível na inflação do último mês. O litro ficou 0,43% mais barato ao consumidor. No entanto, houve também impacto da retração na demanda, já que a gasolina vinha de aumento de 1,22% no mês anterior, sob influência dos preços do etanol, avaliou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A queda no litro da gasolina teve uma contribuição negativa de 0,02 ponto porcentual para a inflação de 0,18% medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro. “A gasolina incorporou antes o aumento que estava acontecendo no álcool, já que 27% da mistura na gasolina é álcool”, justificou Eulina. O etanol aumentou 4,71% em novembro, item de maior impacto no IPCA do mês, o equivalente a 0,04 ponto porcentual. Em outubro, o combustível já tinha ficado 6,09% mais caro.
“A produção de açúcar está muito favorável. O Brasil está exportando um volume grande de açúcar, e há preferência pela produção de açúcar. Daí a oferta de etanol é menor, e os preços aumentam”, explicou a coordenadora. A Petrobras anunciou recentemente duas reduções nos preços da gasolina nas refinarias, a primeira em 15 de outubro, quando o preço caiu 3,2%, e a segunda em 8 de novembro, quando houve um corte de 3,1%. O impacto esperado sobre a inflação era maior, mas foi amortecido pelos aumentos no etanol.
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Na última segunda-feira, 5, a Petrobras anunciou novo preço para a gasolina, mas desta vez um aumento de 8,1%, a partir do dia 6. O diesel foi reajustado em 9,5%. “Para cada 1 ponto porcentual de aumento na gasolina (na bomba), eu tenho 0,04 ponto porcentual de impacto sobre o IPCA”, calculou Eulina. “Qualquer movimento de preço que tenha na gasolina tende a ter uma interferência no índice. E o diesel também, porque aí está mexendo com o frete”, completou.
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