O ritmo é intenso. A cada instante, alguém chama por um nome enquanto o aviso sonoro indica a próxima senha na tela. Nisso, aparece uma pessoa andando com dificuldade, um telefone toca e os olhares se cruzam como uma tentativa de aproximação com quem está ao lado. Nas salas, as cadeiras estão ocupadas. Uns são mais jovens, outros têm idade avançada. Em comum, todos estão em busca de ajuda, de alívio.

A cena descrita acima é um resumo da manhã dessa quinta-feira, 3. Precisei recorrer ao hospital com minha mãe, a dona Noemi. Chegamos por volta das 9 horas e logo fomos atendidos. Passamos pela primeira avaliação, consulta, medicação e exames para ver o que estava acontecendo com essa senhora que, prestes a completar 76 anos, optou trocar Cachoeira do Sul por Santa Cruz.

Não foi a primeira nem a última vez em que estive no hospital. Já fui paciente e acompanhante e testemunhei as mais variadas situações, algumas boas, como no dia em que duas senhoras deram um pulo na cadeira ao saber que o neto havia nascido. Mas há também a inevitável dor da perda.

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Nos últimos tempos as idas em busca de atendimento foram mais frequentes, coisas da vida. A cada consulta, vivemos a expectativa pela recuperação e temos que lidar com a tensão enquanto aguardamos a conversa na qual o médico vai apresentar o resultado do exame. Seremos liberados logo? Vai precisar internação ou cirurgia? É grave? Em momentos assim, o que ou quem somos não é o mais importante. Todos estamos em condições semelhantes enquanto humanos doentes. Temos o mesmo objetivo: ficar bem dentro das possibilidades e voltar para nossa rotina. E encaramos a mesma angústia diante da dúvida.

A saúde, sobretudo a pública, tem seus desafios. Faltam recursos para fazer tudo funcionar como o esperado. Os gestores dos hospitais fazem o possível com o objetivo de assegurar a prestação do serviço, precisam lidar com todas as variáveis que envolvem aquele lugar onde “tudo é importante”, como disse uma profissional enquanto ajudava a organizar documentos. A fala fez todo o sentido naquele contexto, pois ali, os profissionais estão trabalhando com vidas. Mesmo diante dos critérios de classificação para definir as prioridades, o importante é ajudar e trazer algum alívio a quem mais precisa, mesmo que nem sempre seja totalmente possível.

Deixamos o hospital perto do meio-dia com a mãe firme e forte depois de recebermos as boas notícias. Demoramos porque um dos exames exigia algumas horas para ficar pronto. Enquanto estivemos lá, sentimos o acolhimento que faz a diferença.

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A lição que fica diante de tudo isso é que ter saúde sempre é o melhor caminho, mas saber que é possível contar com o suporte quando necessário é sinônimo de segurança.

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Dejair Machado de Oliveira é natural de Cachoeira do Sul (RS), onde iniciou a carreira jornalística em 2000, no Jornal O Correio, atuando nas editorias de geral, rural e política. Entre 2003 e 2005 respondeu pela edição geral do Jornal de Candelária, em Candelária, até transferir-se para a Gazeta do Sul onde teve passagem pelas editorias de geral, agronegócio, economia e política. Por cerca de uma década dedicou-se à produção e edição de conteúdo para os cadernos especiais da Gazeta do Sul atendendo clientes de segmentos como comércio, indústria e prestação de serviços. Atualmente, é editor-executivo da Gazeta do Sul, encarregado de projetos estratégicos na empresa, gestão de equipes e edição do jornal impresso diário. Além da carreira jornalística, é advogado inscrito na OAB/RS sob o número 127.203 e exerce a profissão em escritório atendendo casos na área Cível, Família, Imobiliária e Empresarial. É membro da Comissão Especial de Proteção de Dados e Privacidade da subseção da OAB de Santa Cruz do Sul, com trabalhos relacionados à Lei Geral de Proteção de Dados.

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