De longa data adepto do cicloturismo, o professor e escritor Demétrio de Azeredo Soster, porto-alegrense radicado em Santa Cruz do Sul, acaba de lançar o relato de mais uma aventura: Operação Mar de Dentro é a sua quinta narrativa de cicloviagem e, por ora, está disponível em formato de e-book, em PDF, para download na página de sua editora, a Catarse.
O volume pode ser baixado ao custo de R$ 20,00 e a expectativa do autor é de que até o final do ano esteja lançado igualmente o livro impresso. Nesse caso, todos os que anteriormente adquirirem o e-book poderão abater o valor da versão em papel, bastando para isso enviar ou apresentar um comprovante de que a versão eletrônica foi lida ou consultada.
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O novo livro possui 86 páginas, agregando diversas fotos coloridas dos registros feitos a caminho. Por meio de QR-Codes dispostos na abertura dos capítulos, o leitor pode ter acesso a imagens em movimento que Demétrio gravou durante o trajeto com sua câmera GoPro, bem como depoimentos de pessoas com as quais cruzou no caminho.
Ao final da obra, ainda, um outro QR-Code permite acesso gratuito ao documentário homônimo da cicloviagem. A edição desse documentário é de Gelson Pereira; a trilha foi criada especialmente para o filme por Killy Freitas; e o projeto gráfico, incluindo a capa original, é de Gabriel Renner.
Em Operação Mar de Dentro, Demétrio descreve a cicloviagem que realizou, sozinho e de forma autossuficiente, em janeiro deste ano, fazendo o percurso ao redor da Lagoa dos Patos (o chamado “mar de dentro” no território do Rio Grande do Sul, expressão com a qual era conhecida, nos primórdios da ocupação, a maior laguna da América do Sul).
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O livro ainda recupera uma série de informações sobre a lagoa, com parâmetros interessantes para estudantes e o público em geral. Refere, por exemplo, que ela tem 265 quilômetros de extensão, 60 quilômetros de largura e profundidade média de três metros, conformando uma lâmina de água de 10.144 quilômetros quadrados. Para um comparativo, o espelho da lagoa equivale a metade do território do Estado de Sergipe.
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“Eu estava perdido em meus pensamentos quando, lá pelas tantas, percebo pelo retrovisor um carro se aproximando lentamente. Como pedalava no acostamento, não me preocupei; com a mão fiz sinal para ele passar. No momento em que me alcançou, o motorista reduziu a velocidade e ficamos os dois lados a lado. Imaginei que apenas quisesse me cumprimentar, situações assim não são raras na estrada, mas Silvio Batista – logo seríamos apresentados, um representante comercial de Porto Alegre categoria gente boa, mostrou-me, de dentro do carro, uma garrafa de água gelada, que me oferecia. Abri o sorriso mais largo que se possa imaginar e, claro, aceitei a gentileza de bom grado.”
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Quase mil quilômetros pedalados
Na nova aventura pelo Sul do Brasil (ou do continente americano, uma vez que já estendeu as viagens a Uruguai, Argentina e Chile), Demétrio ficou por 11 dias na estrada, num total de 937,11 quilômetros pedalados. Saiu no dia 14 de janeiro, uma quinta-feira, de Santa Cruz em direção a Porto Alegre; atravessou o Guaíba de catamarã, e seguiu rumo ao Sul do Estado por cidades como Tapes, Arambaré, São Lourenço do Sul, Pelotas e Rio Grande.
Desta, atravessou de barco para São José do Norte, e de lá, em linha reta novamente, mas no sentido contrário (sul/norte), passou por espaços como Estreito, Tavares, Mostardas e Capivari do Sul. Seguindo pela BR-101, foi em direção a Osório, no Litoral Norte, onde encerrou formalmente a cicloviagem, estendendo os passeios junto à Lagoa dos Quadros, próximo a Capão da Canoa.
Demétrio, com o conjunto dos cinco relatos de cicloviagens, posiciona-se seguramente como o principal cicloturista da atualidade no Rio Grande do Sul a investir em publicações de livros nesse nicho. Seus relatos, nesse sentido, assumem um estilo já bastante pessoal, na mescla entre curiosidades, dicas úteis e reflexões sobre a própria experiência da viagem e do contato com pessoas e paisagens, além do viés jornalístico de quem atua na comunicação social como profissional e professor.
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O escritor e cicloturista Charles Zimmermann, em prefácio à obra, aponta essa condição de referência: “Esse livro é uma leitura altamente recomendável para quem pretende algum dia sair de bicicleta por aí afora”. E, claro, para quem (ainda) não tem o hábito ou não é adepto das andanças de bike, fica o convite para viajar tendo Demétrio como guia, com sua obra.
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