Mesmo quem não é fã de carros sabe reconhecer um Fusca de longe. Não é a toa que o veículo, considerado o mais popular do mundo, é o único que possui uma data para homenageá-lo. O 20 de janeiro é conhecido como o Dia Nacional do Fusca e, para não passar em branco, os apaixonados pelo automóvel fabricado pela Volkswagen se reuniram em frente ao Parque da Oktoberfest na noite desta sexta-feira. Mais de 70 amantes do carro vieram dos mais diversos pontos do Estado para expor o seu exemplar no Encontro de Amigos e Amantes de Fuscas, que chegou a sua segunda edição este ano.

Um dos Fuscas que chamava atenção durante o encontro é do azulejista Ricardo Fernando Haag. O morador de Vera Cruz não escondia o orgulho do seu modelo ano 77, que há 13 anos pertence a sua família. A paixão pelo carro, aliás, foi passada pelo pai. “Ele viu o primeiro dono deste Fusca comprá-lo e decidiu que um dia seria dele”, relembra. Passadas algumas décadas, com R$ 2,5 mil o pai de Ricardo realizou o desejo de ter o tão almejado Fusca. “Somos os segundos donos dele. O carro só está comigo agora porque meu pai passou por um problema de saúde e não pode mais dirigir”, explica. Depois de um tempo parado na garagem, Ricardo resolveu investir: buscou algumas referências, melhorou a parte mecânica, fez uma nova pintura e agora desfila com o modelo restaurado. “Fiz tudo com minhas próprias mãos. Claro que contei com a ajuda de alguns profissionais, mas em dois meses e com R$ 9 mil restaurei o carro”, finaliza.

Glauce Garibaldi, de Santa Cruz, também era só sorriso ao lado do seu Fusca rosa ano 83. Assim como Haag, foi andando no carro do pai que ela se apaixonou pelo modelo e há cinco anos resolveu comprar o seu. Após ir a Pantano Grande em duas oportunidades para adquirir um Fusca, na terceira vez ela resolveu que deveria levá-lo para casa. “Eu estava receosa, achei que chamaria muita atenção. Mas quando cheguei lá na última vez e vi o Fusca rosa, eu pensei: se eu vim três vezes e esse carro ainda está aqui é porque é pra ser meu”, relembrou, aos risos. E ela garante que não se arrepende e que o veículo fabricado há 34 anos nunca a deixou na mão. “É um carro perfeito”, conta.

Glauce: “É um carro perfeito”

Máquina de fazer amigos

O lema do clube organizador do evento, o Aerofusca, diz muito sobre o que pensam os amantes do veículo. Segundo o presidente, o empresário Adriano dos Santos, o Fusca é uma “máquina de fazer amigos”. “Nestes encontros, conversamos com pessoas que nunca vimos na vida, mas que tem uma paixão em comum”, explica. Dono de um modelo ano 48, Santos ainda divide o gosto por veículos antigos com a esposa, Jaqueline Sehn, proprietária de uma Variant. Os dois carros possuem placa preta, que significa que o automóvel tem 80% dos itens originais e é um verdadeiro desejo de quase todos os colecionadores de carros antigos.

Segundo Santos, por ser uma data nacional, diversos municípios realizam eventos no dia 20 de janeiro e desde o ano passado, o Aerofusca resolveu aderir também. “Na primeira edição reunimos 48 carros. Este ano temos pelo menos 70”, comemora. Segundo ele, encontros mensais estão sendo organizados, sempre em frente ao Parque da Oktoberfest. “Em fevereiro já teremos. Podem participar proprietários de Fuscas e derivados”, convida.