Para um andante a pé durante todos os dias, em dias onde o moderno ainda é andar a motor, sopra um ar de esperança quando se vê mais gente, aos poucos, valorizando mais o que sempre foi natural no ser humano: o uso dos pés feitos para caminhar, num movimento que se estende a todo o corpo e só lhe faz bem, sob todos os sentidos.
É interessante ver acontecendo mais caminhadas, isoladas ou conjuntas, por convicção própria ou inspiração externa, em ida ao trabalho, como já faço e começo a observar mais pessoas fazendo, ou num “Jane’s Walk”, como o promovido há poucos dias por iniciativa universitária na rua principal da cidade, com olhares urbanísticos e arquitetônicos. Ou mesmo em plagas mais distantes, “Entre Faróis”, como fez a chef local Fabiane Grudzinski no litoral sul gaúcho e que resultou em livro e reflexões com esse título.
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O andar pelo acolhedor e charmoso centro da nossa bela cidade é um deleite, quando bem e devagar andado, prestando atenção a tudo e a todos que nos cercam. As quadras revitalizadas nos recebem em festa, há pouco com a chamada da Oktoberfest e da Procissão das Criaturas, agora na recepção para a chegada do Natal de Cristo (Christkindfest), clamando para abrir mais o coração e os braços para os outros, como carinhosamente fez nestes dias uma estudante com cartaz pedindo abraço.
O caminhar sob as frondosas árvores renova não só o ar, como a consciência do valor destas gigantes pela própria natureza, a oferecer sombra, temperaturas mais amenas, qualidade de vida em pleno centro urbano e agitado, em dias calorosos das estações mais quentes que vivenciamos. E, sob ou junto desse túnel verde, não faltam lugares e opções para refrescar ainda mais, para sorver o sorvete ou a bebida gelada em alegres bate-papos.
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No mesmo caminho, olhares mais atentos permitem ver exemplos positivos de restauração de prédios históricos, como o de 110 anos da antiga sede da Associação Comercial e Industrial (ACI), na esquina da rua Júlio de Castilhos com a Venâncio Aires. Enquanto mais acima, da mesma via, na esquina com a Marechal Floriano, se vislumbra a necessidade de nova pintura da majestosa e centenária edificação da atual Casa das Artes, assim como, no outro lado, a recuperação e reocupação do nosso tradicional Quiosque da Praça. E ali, já há quem sugira haver, na quadra da mesma rua à frente, mais uma opção para estabelecer a tal “rua coberta”.
Dar passos em andares de baixo, pelas calçadas e passeios públicos de nossa urbe, faz elevar os pensamentos para os andares de cima, para o alto, para as melhores inspirações, que se encontra também em pontos como as torres que se levantam por elevados 80 metros em nossa impressionante Catedral, a qualquer hora que esteja a marcar seu relógio e em que estejam a tocar os seus antigos sinos alemães. Disse muito bem quem já falou que o caminho se faz ao caminhar, ou o andar se faz ao andar, em analogia a todos os tipos de caminhada figurativa que se faz na vida, na evolução como pessoa, na trajetória pessoal de cada um.
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A experiência própria ensina que, sabendo voltar com simplicidade ao prazeroso ato de andar, o que pode parecer cansativo torna-se um caminhar com a alma mais leve. Tanto que, se não é possível fazer as vezes de pássaro e voar, não é impossível sentir-se nas alturas, onde nada impede que se seja mais feliz e se encontre a paz e a tranquilidade que sempre se quis.
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