Santa Cruz do Sul

Nível do Rio Pardinho começa a baixar, mas famílias seguem fora de casa no Várzea

A intensa chuva registrada nessa quarta-feira, 13, em Santa Cruz do Sul e região fez com que muitas famílias do Bairro Várzea deixassem suas residências. A medida foi necessária porque o nível do Rio Pardinho subiu rapidamente, chegando às casas na região Oeste da cidade. Equipes da Prefeitura, com apoio do 7º Batalhão de Infantaria Blindado (7º BIB), atuaram na remoção de moradores. Conforme a estação meteorológica da Gazeta Grupo de Comunicações, foram mais de 130 milímetros de chuva na região entre terça-feira e quarta.

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A Defesa Civil de Santa Cruz informou que a última medição do Rio Pardinho realizada nessa quarta marcava 7,4 metros acima do nível normal, suficiente para inundação. Os moradores foram orientados a se retirarem o quanto antes. Como suporte, foram disponibilizadas as casas do Albergue Municipal. Caso a situação se agrave nas próximas horas com a possível volta da chuva, o Pavilhão 2 do Parque da Oktoberfest também deve ser usado. Porém, na manhã desta quinta-feira, 14, o Rio Pardinho já apresenta redução na elevação e a tendência é de que a queda no nível se mantenha ao longo do dia.

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Prefeitura se preparou

Durante a remoção das famílias, a prefeita Helena Hermany acompanhou a situação e afirmou que não haverá problemas em abrigar as pessoas, já que o Município se preparou. “Ficamos atentos aos avisos de que o nível do Rio Pardinho estava subindo. Por isso, iniciamos cedo a orientar a população para que fosse à casa de parentes e levasse seus documentos, remédios e itens pessoais.” A prefeita ressaltou que há preocupação com as pessoas que não querem deixar as casas e ir para um abrigo. “Os locais de apoio contam com lugar para dormir e comida. Não haverá problema para abrigar as pessoas que não têm para onde ir.”

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Final feliz para a pequena Isabeli

Um caso de remoção de família foi acompanhado pela Gazeta do Sul. O socorro, naquele momento, estava no caminhão da Prefeitura – os moradores que desejassem sair de suas casas subiam na caçamba. Foi o que fizeram Marlene Pereira e suas duas filhas. 

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Com um urso de pelúcia em mãos, a filha menor, Isabeli Pereira da Silva, 8 anos, estava assustada e preocupada, pois a sua avó Sirlei Lúcia Elias, 59 anos, não tinha condições físicas para subir no caminhão. Em virtude disso, a avó teve que aguardar por mais um tempo por ajuda para conseguir sair de casa.
Durante o trajeto pela Rua Irmão Emílio, que estava inundada, Isabeli dizia estar com medo e agarrava forte o urso de pelúcia. Ela perguntava para a mãe Marlene se a avó estava bem. A mãe respondia que sim, e que a ajuda já estava a caminho.  

Isabeli e a mãe saíram em um caminhão | Foto: Rafaelly Machado

A mãe e suas duas filhas foram levadas para o abrigo da Prefeitura ao lado do Albergue Municipal. Foi quando o coração de Isabeli se acalmou, pois ela encontrou a avó, resgatada pelas equipes. Outros familiares de Isabeli também buscaram abrigo no local até que o Rio Pardinho volte ao leito.  Sirlei contou que estava preocupada com a família e que ter o abrigo como apoio é muito importante. “Eu vim chorando, pois nunca passei por algo assim. A enchente assustou. Ver minha filha e as netas bem é um alívio.”

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Transtornos para muitos moradores

Entre os moradores que precisaram deixar tudo para trás está Dárcio Luís Grunevald, 62 anos. Ele contou que mora há muito tempo no bairro, esteve um período fora e retornou há três meses. “Nesse pouco tempo, é a quinta enchente que enfrento, mas como essa, eu nunca presenciei.” 

Grunevald comentou que a água subiu muito rápido. “Nas outras vezes, o nível aumentava devagar e dava tempo para sair tranquilamente. Desta vez, tive que ter apoio do caminhão para sair”, disse. Ele vai ficar na residência de seu filho até as condições serem favoráveis para retornar ao endereço. “A preocupação agora é com os móveis e a casa”, ressaltou.

Dárcio e a vizinha Dejanira Sales tiveram que sair de casa depois que a água subiu | Foto: Rafaelly Machado

A remoção das pessoas que estavam ilhadas foi feita pela Defesa Civil, Guarda Municipal e secretarias de Desenvolvimento Social e Habitação e Regularização Fundiária. Para a realização do trabalho, um caminhão da Prefeitura e outro do 7º BIB auxiliam no deslocamento. Ambulâncias da Secretaria de Saúde também foram usadas para retirar pessoas com dificuldades para se locomover.

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Alerta na região

Na região de Monte Alverne, a situação dos rios é acompanhada pela subprefeitura. Até essa quarta-feira, foi informado que o Arroio Castelhaninho, que passa no meio da vila, não oferecia riscos à população, pois estava a um metro de alcançar o leito. 

Já o Arroio Castelhano, que cruza o interior do distrito, inundou ontem estradas em Linha Antão e Linha Araçá, bloqueando a passagem de veículos. Parte dos moradores de Linha Antão ficou ilhada.
Em Rio Pardinho, a localidade de Linha Travessa também enfrentou problemas. A água chegou próximo à RSC-471 – não transbordou, mas alagou algumas propriedades e lavouras e bloqueou estradas rurais.
A subprefeitura de Linha Santa Cruz interditou ontem a Travessa Kessler, em Linha Nova, devido a possíveis riscos de desmoronamento. A situação foi constatada após uma árvore cair e obstruir a via. A liberação apenas ocorrerá após a elaboração de um laudo por parte da Defesa Civil.

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Outro ponto monitorado pela Prefeitura é Linha Seival. Por lá, a água já invadiu plantações de arroz e estradas. Acessos às localidades de Pinheiral e Quarta Linha Nova Baixa foram interditados.
Em Sinimbu, comunidades próximas ao Rio Pardinho também ficaram em alerta. Em Alto Sinimbu, uma parte da estrada que dá acesso à zona urbana ficou totalmente coberta pela água. No fim da tarde de ontem, o nível desceu, liberando a passagem de veículos. 

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Guilherme Bica

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