Depois de uma semana gelada, lembramos hoje de outras ondas de frio que ocorreram em Santa Cruz do Sul e região. A anterior foi em agosto de 1984, quando houve neve no dia 24 e chuva congelada. Mas, certamente, essa não foi a mais intensa. A falta de registros dificulta as pesquisas. Mas antigas anotações em alemão indicam que Santa Cruz enfrentou fortes nevascas em 1837 e 1925. Também houve muito frio, inclusive com precipitação de neve, em 1955.
A maior ocorrência – ao menos registrada com fotos – ocorreu nos dias 18 e 19 de agosto de 1965 e causou pânico e prejuízos especialmente na região serrana. As localidades mais atingidas foram Sinimbu, Herveiras, Gramado Xavier e Paredão que, na época, eram distritos de Santa Cruz. As máquinas fotográficas eram raras, mas o morador Pedro F. dos Reis fez alguns registros. Essas imagens estão no arquivo de Luiz Kuhn.
Nas linhas Serafim Schmidt e Almeida, a neve acumulada chegou a 30 centímetros, quebrando galhos de árvores e arrebentando fios de luz e de telefone. Nas linhas Paredão, Cinco e Pinhal, a camada atingiu 26 centímetros. As estradas foram interrompidas e os ônibus não puderam circular. Muitos vizinhos se uniram para retirar o gelo dos telhados das casas e galpões, pois havia temor de que pudessem vir abaixo.
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Os prejuízos foram enormes na criação e nas lavouras. Edmar Zanini (Gramado Xavier) perdeu 400 cabeças de gado. Ivo Kuentzer (Linha Cristina) registrou a morte de sete burros, um touro, uma novilha e 18 porcos. As mudas de fumo foram destruídas. Aves e animais domésticos morreram por hipotermia e por afogamento, já que a chuva foi intensa após a nevasca. Em Entrada São Martinho, mãe e filho caíram no Arroio Taquari Mirim. O bebê, com três meses de idade, faleceu.
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