A Netflix é o serviço de streaming mais popular do planeta, mas os últimos resultados mostram que a empresa já não tem o mesmo poder para atrair novos usuários ou manter os atuais. Uma das soluções apresentadas pelos executivos é passar a cobrar uma taxa dos assinantes que compartilham as senhas.
A verdade é que testes já foram feitos em alguns países, mas a recepção não foi nada positiva. Enquanto isso, pesquisas mostram que a medida pode ter um efeito reverso, fazendo a plataforma perder cada vez mais assinantes, com usuários migrando para outros serviços ou recorrendo à pirataria.
Mas, afinal, por que a Netflix está perdendo valor de mercado? A empresa operou durante anos com sucesso, sendo a pioneira do streaming. Mas, nos últimos tempos, os resultados não têm sido bons e as coisas podem piorar ainda mais.
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O domínio da empresa diminuiu com a concorrência pesada, que oferece ótimos catálogos por um preço inferior. O início do conflito entre Ucrânia e Rússia fez com que a empresa perdesse 700 mil usuários só naquela região. Enquanto isso, o número de clientes conquistados no mundo foi de apenas 500 mil, bem abaixo das expectativas da companhia, que esperava um aumento de 2,5 milhões de assinaturas no 1ª trimestre de 2022.
O resultado é que a empresa perdeu muito valor de mercado. Em novembro de 2019, estava avaliada em 306 bilhões de dólares, mas no 1ª trimestre de 2022, o valor caiu para 80 bilhões de dólares. Ou seja, houve uma desvalorização de 70%. Em abril, quando anunciou que pela primeira vez teve uma perda no número de contas ativas, os próprios acionistas abriram um processo acusando a companhia de mentir sobre a real possibilidade de atrair novos assinantes.
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Além do polêmico plano para cobrar dos usuários que compartilham senhas da Netflix, a empresa já está tomando outras medidas, que deve colocar em prática em breve: cortes de custos e demissões; produção de séries com menos episódios; e exibição de publicidade na plataforma. Nos Estados Unidos, alguns produtores já reclamam da enorme influência que a plataforma está exercendo nas produções, o que resulta em filmes e séries de qualidade cada vez mais duvidosa, graças ao corte de custos.
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Testes para cobrar usuários que compartilham senhas
Não fica claro, de primeira, como cobrar uma taxa dos assinantes que compartilham a senha pode ajudar a aumentar o número de assinantes. A empresa acredita que assim pode incentivar a adesão daqueles usuários que apenas usam a conta de terceiros. Afinal, a plataforma terminou o primeiro trimestre com 222 milhões de assinantes, enquanto estima que outros 100 milhões de lares usam contas compartilhadas sem pagar nada. Porém, uma pesquisa feita nos Estados Unidos mostrou que 80% dos usuários que usam as senhas da Netflix “emprestadas” não teriam interesse em fazer uma assinatura se não pudessem compartilhar as senhas.
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A ideia principal é diminuir a prática e incentivar os usuários a terem as próprias contas. Mas a Netflix garante que não vai proibir o compartilhamento de senhas. O que a empresa quer é que o assinante pague um valor a mais por cada pessoa que adicionar à rede. No Peru será R$ 11,00 a mais, e no Chile e Costa Rica, por exemplo, R$ 15,00.
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Se o plano de limitar o compartilhamento de senhas da Netflix não funcionar, outra possibilidade é aumentar os ganhos incluindo propagandas na plataforma. Então, os usuários poderiam pagar um plano mais barato com anúncios, como já ocorre em outros serviços de streaming.
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Outros serviços de streaming como HBO Max, Amazon Prime e Apple TV+ aproveitaram a oportunidade para salientar que eles não limitam o compartilhamento de senhas. O Disney+, no entanto, também pode começar a cobrar pelo compartilhamento de senhas. Além disso, a plataforma também deve começar a veicular propagandas ao serviço. É provável que essas mudanças só sejam efetivadas depois da Netflix, assim a Disney terá uma ideia melhor da reação do público.
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