Ansiedade é um estado psíquico de apreensão ou medo provocado pela antecipação de uma situação desagradável ou perigosa, real ou imaginária. Ela gera desconforto tanto psíquico quanto físico e está associada com muitas doenças incapacitantes e geradoras de sofrimento. Mas não há como viver sem ela. E a ansiedade estará sempre presente em nossas vidas, pois faz parte do rol de emoções humanas normais. Sem ela, talvez nem teríamos sobrevivido como espécie.
Nossos ancestrais viviam em um mundo com muitos perigos que ameaçavam suas vidas. Portanto, sentir medo e ansiedade era adaptativo: garantia que eles criassem formas de se proteger. Assim, aqueles que sentiam mais medo acabavam sobrevivendo e passando adiante os genes, no processo de seleção natural.
Hoje, apesar de não vivermos mais naquele mundo primitivo, nosso cérebro custa a entender isso e ele continua a funcionar como se nada tivesse mudado. O que ocorre é que a evolução instalou em nossos cérebros a regra básica “melhor prevenir do que remediar”. Assim, tendemos a antever o perigo de forma exagerada. Esse é um mecanismo natural do ser humano.
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Diante de uma situação de perigo ou violência, o corpo imediatamente se prepara para lutar ou fugir. Nesse caso, o mais natural é que você saia correndo para bem longe dali. Mesmo não sendo agradável, é apenas uma forma do organismo se preparar para defendê-lo. Portanto, a ansiedade existe, essencialmente, para permitir que você se defenda ou fuja e não para prejudicar.
Palpitações, falta de ar, dor no peito, tontura ou outras alterações no corpo são sentidas num momento de ansiedade e não é nada agradável se sentir dessa forma. Apesar de os sintomas da ansiedade serem desconfortáveis, eles não são perigosos para a maciça maioria das pessoas. A ansiedade, como todas as emoções, costuma fazer uma curva: no início aumenta, mantém-se um pouco e depois diminui. Portanto, ela não pode crescer indefinidamente. É um fenômeno que passa, um acontecimento na mente, algo que não precisa ser temido ou controlado.
A ansiedade está ligada à expectativa que possui o indivíduo por algo que está por acontecer. Freud classificava a ansiedade em três tipos. Ansiedade realística seria o medo de alguma coisa do mundo externo. Ansiedade moral seria aquela que decorre do medo de ser punido. E a ansiedade neurótica que é o medo inconsciente, de natureza perturbadora e assustadora, que não se sabe qual o motivo.
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Seja por acontecimentos externos, como a violência, ou por acontecimento internos, como medo de ser pego fazendo algo errado moralmente, a ansiedade está presente e é uma ferramenta para nos preservar. Sem ansiedade, morremos e matamos mais. Ela pode se tornar doença? Sim, principalmente quando ela é de natureza neurótica, excessiva e continuada. Mas ansiedade é vital e faz parte da vida de todos. Devemos aprender a conviver com ela e administrá-la.
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