O leitor Luiz Carlos Ferreira está pesquisando a história da família da sua mãe, os Gonçalves da Silva, que descende de escravos. Ele possui dados sobre a escravidão e quilombos no Vale do Rio Pardo, com reflexos também em Santa Cruz do Sul.
Por lei, os imigrantes alemães não podiam ter escravos, mas alguns contavam com essa mão de obra. Em 28 de fevereiro de 1885, o delegado do Centro Abolicionista, Abrahão Tatsch, informou à Câmara que, “desde esta data, acha-se extincta a escravidão em Santa Cruz”.
Com a assinatura da Lei Áurea (1888), muitos vieram para cá em busca de trabalho nas propriedades dos colonos, às vezes em troca de pouso e comida. Era comum a existência de negros que falavam a língua alemã na cidade, mas o preconceito também era grande.
Publicidade
A bisavó de Luiz, Celina Gonçalves Mesquita, era neta de escravos e foi casada com um oficial da escola militar de Rio Pardo. Com sua morte na Revolução Federalista, Celina e a filha Alzira Mesquita da Silva (conhecida por Fionga) vieram morar em Santa Cruz.
As duas eram bem conhecidas na cidade, pois no Natal costumavam visitar as casas para cantorias de Reis. Alzira foi casada com o militar Fermino Rodrigues da Silva. Fionga e a filha Ramona também cantavam.
Os filhos de Alzira eram Amaro, Ramona, Agenor, João Eurico, José e Gladis. Gladis foi casada com Pedro Lino Ferreira, pais de Luiz Carlos. Pedro, que foi um dos fundadores da banda do quartel de Santa Cruz, é o quilombola mais antigo, ainda vivo, do Quilombo dos Gonçalves, que ficava em Rio Pardo.
Publicidade
João, conhecido por Chumica, foi craque do FC Santa Cruz e do EC Avenida. Amaro era exímio cavaleiro, domador e tratador de cavalos. Costumava ser visto cavalgando pela cidade sem arreios e sem sela no cavalo.
CONTINUA
Publicidade
This website uses cookies.