Os próximos anos serão de enormes dificuldades para nosso povo. Tanto os governos estaduais quanto o federal enfrentarão obstáculos orçamentários que exigirão atitudes impopulares e arrecadatórias.
Não bastasse o ônus adicional determinado pela pandemia, são frutos amargos de décadas de populismo e de demagogia (as maiores pragas nacionais). Uma combinação de ações políticas que sempre resultam em contas deficitárias, desarranjos produtivos e desemprego.
São contas que serão pagas por todos os cidadãos, mas, principalmente, pelos mais humildes, de modo direto e desproporcionalmente atingidos pelos aumentos gerais de tributos e preços de mercado.
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Porém, pior do que os custos sociais, econômicos e financeiros que recairão sobre a população é a generalizada perda da credibilidade das autoridades e instituições de Estado.
Ressalto que sou contido no exercício do otimismo, mas também não me considero um radical pessimista. Talvez um demasiado realista. De modo que, olhando para os anos vindouros, alimento o desejo e a esperança para que saibamos superar com sabedoria essas graves distorções, dispersões e divisionismos. Ou seja, não solapando, mas reconstruindo “pontes”.
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Sinto-me honrado com a leitura da coluna e com as mensagens dos leitores, sempre atenciosos e generosos. Nenhuma mensagem fica sem resposta. Nenhuma pessoa me é estranha. Ainda que eventualmente relacionamentos virtuais, divergentes e polêmicos.
Nesse sentido, podem me cobrar coerências e incoerências, afirmações e precipitações, “erros e acertos”, hipóteses discursivas inerentes a quem escreve habitualmente, sujeito aos riscos de opinião.
Os textos são uma forma de “conversar” e trocar impressões sobre nosso cotidiano. Afinal, a formação do conhecimento e das convicções é um ajuntamento de informações, considerações e reflexões pessoais e de terceiros.
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Desde muito jovem, e “navegando” nos ensinamentos e experiências humanitárias, a convicção e a filosofia que me norteiam é que devamos “viver” para o outro, para o pleno e constante exercício da bondade e do espírito comunitário. E que sejamos verdadeiros, colaborativos e confiáveis.
Crenças metafísicas e esotéricas à parte, não esqueçamos que são as pessoas que dão sentido às nossas vidas e às nossas histórias. São os “outros” – família, amigos, colegas e a comunidade – que testemunham a nossa existência.
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Por que reafirmo esses princípios e proponho uma reflexão? Porque, possivelmente, estejamos vivendo um momento em que nunca tanta gente se comunicou com o “outro” e, ironicamente, nunca nos sentimos tão sós. Alimento o desejo e a esperança para que saibamos superar essa contradição. Que 2021 e os anos seguintes sejam menos cruéis que o agora findo 2020!
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